Acusada de abuso de poder por causa dos acordos relacionados com o gás assinados com a Rússia, a ex-primeira-ministra ucraniana diz estar a ser vítima de uma operação orquestrada pelo actual presidente Viktor Yanukovich.
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A antiga primeira-ministra ucraniana Yulia Timoshenko considerou estar a ser vítima de uma «farsa» judicial orquestrada pelo actual presidente Viktor Yanukovich.
Em tribunal, onde responde por acusações de abuso de poder, Timoshenko considerou que o processo lançado contra é uma «farsa e um circo e não um processo».
«Querem mandar-me para a prisão, mas a minha voz será mais forte», acrescentou a antiga chefe de governo ucraniana, que responde por acusações relacionadas com os acordo de gás assinados com a Rússia em 2009, quando era primeira-ministra.
A procuradoria ucraniana acusa Timoshenko de ter lesado o país em cerca de 130 milhões de euros com a assinatura dos acordos com a Rússia, mas a ex-primeira-ministra acusa o actual presidente a querer apagar da cena política do país.
O advogado de Timoshenko fez vários pedidos ao tribunal, entre os quais, um para que o julgamento saísse da pequena sala do tribunal Pecherski, em Kiev, para um espaço maior, mas o tribunal rejeitou todos estes pedidos.
Citado pela AFP, o representante da União Europeia na Ucrânia, o português José Manuel Pinto Teixeira, presente neste julgamento, aludiu às condições «desumanas» do processo.
Muitos apoiantes da ex-primeira-ministra ucraniana concentraram-se no exterior do tribunal com as bandeiras brancas e vermelhas do movimento de Timoshenko, tendo as autoridades colocado um importante dispositivo policial para impedir o acesso ao local.