Titan implodiu enquanto visitava Titanic: como investigam e o que procuram as autoridades?
A prioridade é recuperar os destroços do Titan. O Odysseus 6K, um veículo operado remotamente, está a vasculhar o fundo do mar em busca dos restos do submersível.
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As autoridades norte-americanas e canadianas estão com as atenções voltadas para as investigações sobre aquilo que terá levado à "implosão catastrófica" do submersível Titan, que provocou a morte às cinco pessoas que seguiam a bordo.
A investigação está agora numa fase inicial e não se sabe quando poderá acabar, sendo que, de acordo com a agência de notícias AFP, pode durar entre 18 meses e dois anos.
A CNN Internacional conta que a prioridade dos investigadores é, neste momento, recuperar os destroços do Titan. Para isso, trabalham com um robô que está a vasculhar o fundo do mar em busca dos restos do submersível.
Este robô é o mesmo veículo operado remotamente que encontrou os primeiros destroços do Titan, na semana passada. Segundo a empresa Pelagic Research Services, as capacidades do Odysseus 6K "foram e continuam a ser utilizadas" na missão de recuperação do Titan.
Cinco pedaços do submersível foram encontrados em locais diferentes na manhã de quinta-feira, a 3800 metros de profundidade. Espera-se que as missões de veículos operados remotamente continuem ainda por mais uma semana.
Todos os pedaços do submersível que forem encontrados serão depois examinados para que as autoridades percebam quais foram as causas da implosão do Titan.
A Guarda Costeira norte-americana criou um conselho de investigação marinho. O investigador-chefe da Guarda Costeira dos EUA, Jason Neubauer, quer "evitar ocorrências semelhantes", pelo que, além de determinar a causa da implosão e das mortes, a investigação pretende também "fazer as recomendações necessárias para aumentar a segurança no domínio marítimo em todo o mundo".
Neubauer assegura ainda que os investigadores vão tomar "todas as precauções" caso sejam descobertos restos humanos e serão feitas recomendações sobre sanções civis ou criminais "se for necessário".
As autoridades do Canadá, também encarregues de investigar o incidente, estão a analisar as gravações de voz do navio de apoio do submersível, o Polar Prince.
No sábado, investigadores canadianos embarcaram no Polar Prince para "recolher informações do gravador de dados de viagem da embarcação e outros sistemas que possam ser úteis", adiantou Kathy Fox, presidente do Conselho de Segurança de Transportes do Canadá.
Já a Real Polícia Montada do Canadá vai avaliar se "as leis criminais, federais ou provinciais foram violadas".
Assim que forem recolhidas todas as provas, os investigadores realizarão uma audiência formal para obter depoimentos de testemunhas.
O submersível Titan, da empresa OceanGate, foi dado como desaparecido no dia 18 de junho, tendo perdido as comunicações com o navio de apoio Polar Prince cerca de uma hora e 45 minutos depois de ter embarcado numa expedição para visitar os destroços do Titanic, a quase quatro quilómetros de profundidade e a 600 km da costa de Terranova, no Canadá.
Após vários dias de operações de busca e salvamento, realizadas em conjunto pelas autoridades norte-americanas, canadianas, britânicas e francesas, a Guarda Costeira dos EUA confirmou que o campo de destroços encontrado na quinta-feira passada pertencia ao submersível. As autoridades confirmaram que as cinco pessoas a bordo do Titan morreram na sequência de uma "implosão catastrófica".
Desde o início das buscas começaram a ser publicadas informações que implicam a OceanGate e que apontam para alegada negligência na segurança do equipamento de turismo subaquático.
O "Titanic" afundou-se na viagem inaugural, em 1912, depois de embater num icebergue, provocando a morte de 1500 passageiros e tripulantes.
Desde a descoberta dos destroços do "Titanic" em 1985, cientistas, caçadores de tesouros e turistas têm visitado o local.