O ex-primeiro-ministro britânico reagiu esta quarta-feira a um relatório muito crítico sobre a guerra do Iraque que acusa Tony Blair de ter alinhado de forma precipitada com os Estados Unidos.
Corpo do artigo
Tony Blair manifestou hoje "pena, arrependimento e culpa" pela guerra no Iraque, mas afirmou que não enganou o Parlamento nem lamenta o afastamento do antigo líder iraquiano Saddam Hussein.
"Sinto mais pena, arrependimento e culpa do que poderão alguma vez saber ou acreditar", afirmou com a voz embargada, durante uma conferência de imprensa.
750692937323819008
No entanto, acrescentou, "como o relatório deixa claro, não houve inverdades, o Parlamento e o Governo não foram enganados, não houve um compromisso secreto com a [decisão de] guerra".
O antigo primeiro-ministro inglês disse também que não podia adiar a invasão do Iraque, em 2003, uma vez que os Estados Unidos já tinham decidido avançar com a ação militar. "O inquérito argumenta que a ação militar não foi um último recurso, mas também diz que seria necessária mais tarde. Com todo o respeito, eu não tinha essa opção de esperar", acrescentou Tony Blair.
"Tomei esta decisão porque acreditava que era o mais correto segundo a informação que tinha e as ameaças existentes", afirmou.
"As informações dos serviços secretos dadas na altura acabaram por se revelar erradas. O resultado [da invasão] foi mais hostil e sangrento do que podíamos imaginar. Por tudo isto, apresento o meu lamento, o meu arrependimento e as minhas desculpas, mais do que imaginam", disse, aceitando a total responsabilidade pela decisão.