O Partido Trabalhista venceu as eleições locais em Inglaterra, mas ficou aquém das expectativas dada a atual fragilidade do governo conservador de Theresa May.
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A esta hora, os resultados ainda estão a ser contabilizados, mas mostram que os trabalhistas perdem um município e ficam-se pelos 51 e os conservadores garantem as mesmas 30 autarquias conquistadas em 2014.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, consegue assim sair incólume do maior teste à sua governação desde as legislativas do último ano e o Partido Conservador conseguiu mesmo manter os seus grandes bastiões em Londres.
A expectativa era de que Londres acordasse, esta manhã, pintada de vermelho, a cor dos trabalhistas. Mas a realidade foi um pouco diferente.
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O partido de Theresa May, conseguiu manter o controlo de importantes municípios londrinos como Wandsworth, Westminster e até Kensington e Chelsea, onde o incêndio da Torre Grenfell matou 71 pessoas, em junho do ano passado.
Os votos ainda estão a ser contados, mas os resultados mostram que os ganhos de trabalhistas e conservadores vieram sobretudo da aniquilação do UKIP, o partido que liderou a campanha pelo Brexit e que, agora, se vê sem tema de conversa.
Neste clima de completa bipolarização política, os Liberais Democratas, que defendem um novo referendo do Brexit, acabam por conquistar os votos de quem não se vê na quase extrema-esquerda de Jeremy Corbyn, nem no conservadorismo de Theresa May.
Os Liberais Democratas, de Vince Cable, são o único partido que aumenta a presença local, tendo conquistado a sua quarta autarquia - mais uma do que há quatro anos.
Mas se estas tivessem sido eleições legislativas, os resultados teriam alterado por completo a composição parlamentar. Os conservadores ganhariam na mesma, com maioria relativa, mas tudo indica que os britânicos poderiam também ter a sua geringonça. É que os trabalhistas, aliados aos Liberais Democratas e Nacionalistas Escoceses, teriam deputados suficientes para garantir uma nova maioria parlamentar.
Uma leitura importante, numa altura em que um eventual fracasso nas negociações do Brexit poderá significar eleições gerais antecipadas já no outono ou no início do próximo ano.