Doze alemães, uma mulher austríaca e uma mulher suíça ficaram doentes depois de terem sido submetidos a uma cirurgia de "botox gástrico" na Turquia.
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O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) apela a todos os países do espaço comunitário que notifiquem as autoridades de saúde se detetarem casos de botulismo.
O alerta surge depois de terem sido identificados 14 casos em pessoas que no final de fevereiro se submeterem a cirurgias de perda de peso em Istambul, na Turquia, onde este tipo de intervenções é mais barata.
O tratamento estético em causa consiste na injeção no sistema digestivo da toxina botulínica, mais conhecida como "botox", uma neurotoxina usada produzida pela bactéria Clostridium botulinum, o mesmo agente causador do botulismo.
O objetivo é impedir contrações dos músculos da barriga e assim alcançar uma sensação de saciedade permanente para diminuir a ingestão de alimentos.
Apesar de ser muito usada na dermocosmética (através da injeção e pequenas doses na pele para diminuir rugas, por exemplo), a toxina botulínica é a mais letal produzida por uma bactéria e afeta o sistema nervoso, provocando paralisia dos músculos, insuficiência respiratória e eventualmente morte. É também classificada como agente biológico de potencial bioterrorismo.
Os doentes - 12 alemães, uma mulher austríaca e uma mulher suíça - receberam o mesmo tratamento na mesma clínica de Istambul e acabaram por ficar doentes no regresso aos países de origem. Todos tiveram de ser internados, alguns nos cuidados intensivos.
O ECDC recomenda ainda a quem se tenha submetido tratamentos estéticos com toxina botulínica na Turquia que procure ajuda médica urgente em caso de sintomas como dificuldade em engolir e respirar, queda das pálpebras sobre o olho, fraqueza no pescoço e fraqueza muscular geral.
Segundo o El País, este tipo de cirurgias para perda de peso pode custar oito mil euros em Espanha, enquanto na Turquia não ultrapassa os dois mil euros.