A justiça do Quénia mandou parar o processo de encerramento do campo de Dadaab no Quénia. A ordem de encerramento foi dada pelo governo, em 2016.
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O executivo de Nairobi argumentou o encerramento do campo de refugiados de Dadaab com motivos de segurança, garantindo que os ataques mais recentes no Quénia, da autoria dos radicais do grupo Al-Shabab, foram planeados no campo. Por isso, queria fechá-lo até maio.
Mas a comissão nacional para os direitos humanos desafiou a ordem do governo na justiça, alegando que era uma decisão discriminatória e contrária ao direito internacional.
Agora, o Supremo Tribunal queniano declarou a decisão inconstitucional, após o recurso apresentado por várias organizações não-governamentais em defesa das cerca de 270 mil pessoas que vivem no campo.
O juiz John Mativo decidiu que a decisão sobre o encerramento do campo de refugiados tinha sido efetuada sem a "devida consulta junto das pessoas afetadas" violando os direitos constitucionais e os processos legislativos.
Ouvido pela TSF, Neil Turner do comité norueguês para os refugiados que trabalha no campo diz que a decisão do supremo é uma boa noticia. O processo vai poder continuar a ser voluntário.
Neste momento continuam 270 mil pessoas em Dadaab, 260 mil são de origem somali e dessas, 80 por cento são mulheres e crianças.