Os três candidatos considerados favoritos nas eleições presidenciais do Afeganistão apontaram hoje "problemas", "irregularidades" e "fraudes" na votação que decorreu no sábado, ao mesmo tempo que saudaram os eleitores por participarem.
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Apesar das ameaças dos talibãs e dos receios de uma grande abstenção, as autoridades afegãs disseram que as eleições registaram «uma enorme participação».
«Foi um grande dia para a democracia no Afeganistão», afirmou hoje Zalmai Rassoul, um dos três favoritos, numa conferência de imprensa em Cabul.
«Mas, manifestamente houve problemas em determinados locais», acrescentou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, considerado como o candidato do presidente cessante, Hamid Karzai.
«Estes problemas foram transmitidos à comissão que regista as queixas eleitorais e é dever desta dar resposta para que não haja votos falsos», afirmou, sem precisar a natureza dos «problemas».
«Um presidente eleito com fraudes não seria aceite», insistiu.
O seu adversário Ashraf Ghani, um antigo ministro das Finanças, afirmou no Twitter que «há relatos de fraudes graves em vários locais», adiantando que essas informações serão encaminhadas para a referida comissão.
Abdullah Abdullah, o terceiro candidato apontado como favorito, disse que as eleições foram «um grande sucesso», mas não esteve «livre de irregularidades».
Nas presidenciais de 2009, Abdullah foi o segundo mais votado e denunciou fraudes em massa no escrutínio.
Após a votação, a comunidade internacional saudou a mobilização dos eleitores e considerou que a participação é um sinal dos progressos alcançados no país após o afastamento dos talibãs do poder, em 2001.
Os resultados preliminares da primeira volta serão conhecidos a 24 de abril e uma possível segunda volta decorrerá a 28 de maio.