Tribunal espanhol suspende provisoriamente autorização para transferir corpo de Franco

Segundo um despacho de segunda-feira a que a agência Efe teve hoje acesso, o tribunal aceita paralisar de forma cautelar a licença para realizar obras, depois de ter recebido um pedido de um particular.

O município de Madrid tem três dias para apresentar a sua posição sobre o caso.

"Uma decisão do Conselho de Ministros, por legítima e conforme à legalidade que seja, o que não se questiona aqui, não se pode realizar sem as garantias técnicas e mecânicas que possam colocar em perigo a vida ou a integridade física dos técnicos e operários", considera o pedido feito ao tribunal.

Este é o último episódio da decisão, considerada prioritária e tomada pelo Governo socialista espanhol assim que chegou ao poder há quase nove meses, para exumar os restos de Francisco Franco do local em que está enterrado, o Vale dos Caídos, arredores de Madrid, uma medida que a família do ditador se continua a opor.

Em 15 de fevereiro último, o executivo espanhol anunciou a sua intenção de decidir onde serão enterrados os restos mortais de Francisco Franco, no caso de a família do ditador não comunicar um local que tenha a sua concordância num prazo de 15 dias a contar daquela data.

A Catedral de Almudena, em Madrid, foi a localização dada inicialmente pela família, mas que foi afastada pelo executivo por motivos de ordem pública e para evitar que o ex-ditador receba homenagens.

Para o executivo socialista, o corpo do ditador não pode ir para qualquer local onde possa ser "enaltecido ou homenageado".

O parlamento espanhol aprovou em setembro último a proposta do Governo a autorizar a exumação dos restos mortais do ditador.

Francisco Franco Bahamonde foi um militar espanhol que integrou o golpe de Estado que, em 1936, marcou o início da Guerra Civil Espanhola, tendo exercido desde 1938 o lugar de chefe de Estado, até morrer em 1975, ano em que se iniciou a transição do país para um sistema democrático.