O Presidente norte-americano acusa o país vizinho de não fazer nada para deter as caravanas de migrantes centro-americanos. A tensão na região aumentou quando o México informou que 20 mil pessoas estão prestes a sair das Honduras numa nova caravana. O Governo hondurenho insiste que a informação é falsa.
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Os Estados Unidos intensificaram esta segunda-feira a vigilância da fronteira com o México e conta agora com mais 750 oficiais na patrulha fronteriça. Vão reforçar o controlo dos principais pontos de entrada de emigrantes ilegais.
Com o México na mira, na passada sexta-feira, o Presidente norte-americano defendeu em declarações à imprensa que é altura de tomar medidas extremas. "Temos neste momento duas grandes caravanas a caminho, através do México. O México pode detê-las, mas escolheu não o fazer. E se não as pararem, nós vamos fechar a fronteira e vamos mantê-la fechada durante muito tempo, isto não é um jogo."
O México já está a sentir o efeito das ameaças de Trump. Associações de empresários denunciaram lentidão nos processos de exportação em várias cidades fronteiriças. Em conferência de imprensa, o Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, defendeu que é preciso manter a cabeça fria. "Não nos vamos confrontar com o Governo dos Estados Unidos. E eu acho que isso é o melhor. Ter uma política de boa vizinhança. E atuar com muita prudência."
Não é a primeira vez que Trump usa a fronteira como arma de arremesso contra o México. No entanto, o Presidente dos Estados Unidos começou a cumprir ameaças que antes se limitavam à sua conta de Twitter. No sábado, o Governo norte-americano suspendeu a ajuda externa às Honduras, Guatemala e El Salvador. Países que Trump acusa de nada fazerem para evitar a saída de caravanas de emigrantes ilegais.
O fecho parcial ou total da fronteira teria um forte impacto na economia dos dois lados da linha divisória, avisam os analistas. O Departamento de Estado norte-americano estima que o comércio fronteiriço entre os dois países gera, todos os dias, 1.7 mil milhões de dólares. Números que fazem da fronteira entre o México e os Estados Unidos uma das zonas comerciais mais importantes do mundo.