O Presidente dos Estados Unidos reagiu à própria absolvição no processo de destituição.
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O Presidente dos EUA, Donald Trump, denunciou esta quinta-feira a "maldade" dos adversários democratas no julgamento político, durante uma sessão na Casa Branca para comemorar a sua absolvição.
"Eles são cruéis e maus", disse Trump, numa cerimónia na Casa Branca, denunciando os Democratas pelo seu comportamento durante o julgamento em que foi absolvido das acusações de abuso de poder e de obstrução ao Congresso.
"Foi uma vergonha. (...) Um desastre. (...) Uma loucura", foi adjetivando o Presidente, num comentário em que não poupou críticas aos adversários democratas e elogios à família e à forma como esteve sempre ao seu lado durante o processo de 'impeachment'.
Isto não é uma conferência de imprensa. Não é um discurso. É uma celebração
De seguida elogiou os senadores republicanos que garantiram a sua absolvição, alguns deles presentes na sala, dizendo que eles são "guerreiros" e nomeando vários deles, que tiveram protagonismo no julgamento.
"Cometi erros na minha vida. Admito (...), mas o resultado final está aí", disse Trump, enquanto mostrava a primeira página do jornal USA Today, com o título "Absolvido!".
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"New York Times, Washington Post... Eu tive tantos títulos fantásticos", acrescentou Trump, enquanto ria, satisfeito, desta vez, com a cobertura mediática do fim do julgamento de 'impeachment'.
Horas antes, durante um pequeno-almoço com líderes político, o Presidente dos EUA já tinha manifestado a sua fúria com a oposição Democrata, dizendo que sofreu "uma terrível provação", com o julgamento de destituição.
Os Democratas colocam os seus interesses à frente do país
"Como sabem, a minha família, o nosso grande país e o vosso Presidente foram colocados perante uma terrível provação, orquestrada por pessoas muito desonestas e corruptas", disse Trump, durante o evento, onde se encontrava a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, uma das principais promotoras do processo de 'impeachment'.
O Presidente disse que a oposição Democrata sabe que "o que está a fazer é errado, mas coloca os seus interesses à frente do país", elogiando a maioria Republicana no Senado por ter tido "a sabedoria, o rigor moral e a força para fazer o que sabia ser justo".
Trump critica ainda Mitt Romney
Nesse encontro, Trump aproveitou para fazer uma crítica a Mitt Romney -- o único senador Republicano a votar ao lado dos Democratas, no veredicto do julgamento político - dizendo que não gosta de pessoas "que usam a sua fé para justificar as suas más ações".
O Presidente referia-se ao facto de Romney ter alegado ser uma "pessoa muito religiosa", para justificar o seu voto, por ter feito "um juramento perante Deus" de ser justo e imparcial no seu voto no Senado.
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Donald Trump foi absolvido, na quarta-feira, na votação do veredicto do julgamento político no Senado, onde era acusado de abuso de poder e de obstrução ao Congresso, por alegadamente ter pressionado o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, para que investigasse a atividade da família de Joe Biden, rival Democrata, junto de uma empresa da Ucrânia envolvida num caso de corrupção.
Na quarta-feira, o Senado absolveu o Presidente da acusação de abuso de poder, com 52 votos a favor e 48 contra, e da acusação de obstrução ao Congresso, com 53 votos a favor e 47 contra, com apenas o Republicano Mitt Romney a sair da disciplina partidária, na primeira votação.