Mayor de Nova Iorque quer ver ativados os hospitais militares, as reservas de equipamentos e medicamentos das forças armadas e o pessoal de saúde que poderia já ter sido mobilizado para ajudar os hospitais civis.
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A situação na cidade de Nova Iorque é desesperante e o mayor é um homem desesperado. Bill De Blasio diz que só tem materiais de proteção e medicamentos básicos para este mês e lamenta que "o presidente dos EUA esteja ausente".
O governador do estado de Nova Iorque pede às empresas que possam fabricar materiais de proteção individual que contactem o seu gabinete e promete que serão devidamente recompensadas. Andrew Cuomo mandou todo o pessoal não essencial para casa, decretou o encerramento de estabelecimentos comerciais e ameaça multar quem não cumprir.
É uma resposta à falta de ação do governo federal de que se queixa o mayor da cidade. Com quase nove milhões de habitantes, Nova Iorque está "na linha da frente desta batalha", afirma Bill De Blasio.
A cidade mais populosa dos Estados Unidos regista 70% de todas as infeções pelo novo coronavírus a nível estadual e 30% dos casos a nível nacional. Esta sexta-feira já soma 26 mortes e quatro mil pessoas infetadas.
No imediato, Bill De Blasio apela ao fornecimento urgente de 15 mil ventiladores e 50 milhões de produtos de proteção individual. "Se esses equipamentos não chegarem até abril, não teremos como salvar vidas", afirma.
À beira da rutura estão também os stocks de medicamentos básicos, o que leva o mayor da cidade a pedir a intervenção imediata dos militares.
"Os militares fazem isso nas guerras e podem fazê-lo ainda melhor no seu próprio país. Mas o Comandante Supremo não dá a ordem, não sabe como agir, deve por isso sair da frente e deixar os militares assumirem a gestão desta crise".
De Blasio refere-se aos hospitais militares, às reservas de equipamentos e medicamentos das forças armadas e sobretudo ao pessoal de saúde que poderia já ter sido mobilizado para ajudar os hospitais civis.
Depois de ter assegurado que este novo vírus iria desaparecer por si só em abril, Donald Trump tem vindo a assumir que a crise é real, mas tende ainda assim a responsabilizar outros países, como a China, que acusou de não ter feito o suficiente para suster o vírus dentro das suas fronteiras.
O encerramento da fronteira com o México, por exemplo, volta a ser apresentado como a panaceia, também para este mal.