José Cutileiro considera que o presidente norte-americano representa um perigo cada vez maior.
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Os mais recentes desenvolvimentos na tensão entre os Estados Unidos e o Irão mostram que Donald Trump está cada vez mais perigoso. A opinião é do comentador residente do programa da TSF "O Estado do Sítio" , o embaixador José Cutileiro, que dá conta do perigo que o presidente dos Estados Unidos representa numa altura em que já pensa num segundo mandato na Casa Branca.
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"Revela um bocadinho de sensatez, mas é lamentável que tenha de a revelar desta maneira", explica o comentador da TSF. Citando um amigo que foi embaixador nos Estados Unidos, Cutileiro lembra que Trump "não tem vergonha nenhuma", pelo que pode contradizer-se, e "não sabe nada de nada. Trump não lê. Vê e ouve televisão, é onde se informa".
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No Twitter, Donald Trump explicou porque decidiu abortar o ataque ao Irão que tinha ordenado: "estávamos armados e em riste para retaliar na última noite em três locais diferentes quando eu perguntei 'quantos vão morrer'. '150 pessoas, senhor', foi a resposta de um general. 10 minutos antes do ataque eu parei-o. Não era proporcional a abater um drone não pilotado."
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Questionado sobre se os aliados dos Estados Unidos teriam sido informados do ataque iminente ao Irão, José Cutileiro defende que "com certeza" não saberiam do mesmo, acrescentando que "a certa altura, os próprios altos funcionários vão ter de ter muita atenção e saber se aquele presidente pode continuar" em funções.
Apesar de o presidente norte-americano estar bem rodeado e ter uma equipa competente, os seus membros "têm tido que moderar" Trump, lembra o embaixador.
O homem não serve para o posto em que está e enquanto isso for assim, vivemos todos com o credo na boca.
"Táticas de negociação ou conversa entre patos-bravos de Brooklyn é uma coisa, entre as grandes nações do mundo é outra. O homem não serve para o posto em que está e enquanto isso for assim, vivemos todos com o credo na boca", notou.
Tal como qualquer moeda, também a história do conflito entre o Irão e os EUA tem dois lados. E, se o lado americano é perigoso, o iraniano não lhe fica atrás.
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"É um regime criminoso, que fomenta o terrorismo, de fanáticos. É um lugar onde homossexuais são executados por serem homossexuais. Onde se trata o que se chamaria de dissidentes da pior maneira. De uma forma geral, são uma sociedade muito mais desenvolvida, muito mais ocidentalizada e muito mais capaz de alguma subtileza do que, por exemplo, a da Arábia Saudita", de quem os EUA são um aliado.
José Cutileiro explica que dentro do regime iraniano há "extremistas que dão dores de cabeça enormes ao presidente iraniano que, abaixo do grande aiatola, que levar o país a uma convivência decente com os vizinhos e a uma modernização da própria sociedade".