Alexis Tsipras escreveu uma carta aberta aos alemães, dizendo-lhes que «a tática de adiar e fingir» iria tornar-se «muito onerosa para o contribuinte alemão». A carta já foi escrita a 13 de janeiro e publicada no jornal alemão Handelsblatt e está agora a circular nas redes sociais. A página do Bloco de Esquerda já a publicou, traduzida pelo blogue português Aventar.
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Alexis Tsipras dirige-se diretamente aos contribuintes alemães dizendo-lhes que «a insistência nestas políticas» que considera serem de «beco sem saída» é «muito onerosa para o contribuinte alemão» e «condena uma orgulhosa nação europeia à indignidade permanente».
«Pior ainda», acrescenta o então candidato, «em breve os alemães virar-se-ão contra os gregos e os gregos contra os alemães».
Tsipras identifica na carta a raiz da situação atual: diz ele que «um problema de insolvência foi tratado como se fosse um problema de falta de liquidez».
Por isso, explica que discorda do empréstimo que foi dado à Grécia não por os cidadãos alemães terem dado pouco dinheiro, mas sim, escreve na carta, por terem dado «dinheiro em demasia». «Dinheiro que não iria», acrescenta, «nem ajudar o povo grego nem evitar o drástico aumento da dívida do governo, às custas dos contribuintes gregos e alemães».
O agora primeiro-ministro grego termina a carta dizendo que os «diligentes trabalhadores alemães nada têm a temer», porque o Syriza não quer «maiores empréstimos» nem o «direito a défice mais elevado».
Alexis Tsipras diz perceber que exista «medo» de que os gregos regressem «aos maus e velhos hábitos», mas garante que quer, isso sim, introduzir «reformas importantes» com a «cooperação dos parceiros europeus».