O primeiro-ministro do Zimbabué e principal adversário de Robert Mugabe entende que o ato eleitoral de quarta-feira no país «não reflete a vontade do povo».
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O primeiro-ministro do Zimbabué considerou que as eleições de quarta-feira no seu país foram uma «enorme farsa» por causa do que considerou serem graves irregularidades a favor do presidente Robert Mugabe.
Em conferência de imprensa, Morgan Tsvangirai, líder do MDC e principal adversário de Mugabe, classificou ainda este ato eleitoral de «nulo e inválido» e lembrou que uma «eleição fictícia não reflete a vontade do povo».
«Na nossa opinião, este escrutínio não corresponde às normas da Comunidade da África Austral (SADC), da União Africana e da comunidade internacional para uma eleição credível, legítima, livre e honesta», acrescentou.
Tsvangirai não quis ainda fazer comentários às reivindicações de vitória feitas pelos apoiantes de Mugabe, presidente do país e líder do Zanu-PF.
Um alto responsável do partido do presidente Mugabe garantiu, em declarações à AFP, que o Zanu-PF ganhou por larga margem o MDC, uma vitória que abrange «eleições presidenciais, legislativas e municipais».
Entretanto, a equipa de observadores da União Africana considerou que estas eleições foram pacíficas, ordeiras, livres e justas, ao contrário de uma organização não governamental do Zimbabué que diz que a credibilidade do ato foi seriamente comprometida.
Os observadores ocidentais não foram convidados a acompanhar o escrutínio, devido às sanções impostas contra o regime de Robert Mugabe, há mais de 30 anos no poder.