Um tumulto ocorrido durante uma distribuição de dádivas a pobres na capital mauritana provocou a morte a oito pessoas e ferimentos a 20 outras, informaram diferentes fontes.
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As pessoas mortas são "todas mulheres idosas", cujos corpos foram transportados para o hospital principal de Nouakchott, para onde foram também "duas dezenas" de feridos, afirmou à AFP uma fonte hospitalar que requereu o anonimato.
Durante a noite, a televisão estatal avançou um balanço de oito mortos e 21 feridos.
O tumulto ocorreu no bairro de Tevragh Zeina, no centro de Nouakchott, num espaço fechado pertencente a um particular, onde centenas de pessoas se concentraram para receber a 'zakat' -- a esmola legal no islão -- distribuída por um empresário, segundo testemunhos que relataram vários mortos e feridos.
Uma fonte do setor da segurança contactada pela AFP indicou que "algumas dezenas" de pobres tinham vindo procurar a 'zakat'.
"Foi o grupo do empresário (mauritano) Zeine El-Abidine Ould Cheikh Ahmed que organizou a cerimónia da 'zakat', segundo as orientações do islão", adiantou esta fonte, sob anonimato.
"A atividade foi autorizada" e os organizadores "cumpriram todos os procedimentos administrativos necessários", acrescentou.
O governador de Nouakchott oeste, onde o ocorreu o drama, Mahi Ould Hamed, deplorou por+em que "o benfeitor não tivesse informado as autoridades para se tomarem as disposições necessárias", afirmando que a catástrofe ocorreu "quando a polícia se dirigia para os locais para os tornar seguros".
Segundo a fonte de segurança, "a falta de organização e a fraqueza do muro perante o qual decorria a distribuição" fazem parte dos fatores "na origem do drama".
Depois do anúncio do tumulto, "o ministro do Interior (Ahmedou Ould Abdallah) deslocou-se imediatamente ao local para se inteirar da situação", disse ainda esta forte do setor da segurança.
Testemunhas adiantaram que os candidatos à esmola -- envelopes de dinheiro -- eram sobretudo homens e mulheres provenientes das zonas pobres de Nouakchott.
Os civis encarregados de gerir a segurança durante a distribuição foram surpreendidos por um movimento da multidão, que não conseguiram conter, disse um dos guardas à AFP.
Na Mauritânia, os ricos distribuem diretamente a 'zakat', mas em muitos países muçulmanos estes fundos são cobrados por instituições estatais para fazerem pequenos projetos em favor dos mais desmunidos.