A decisão surge na sequência do ataque a um hotel na cidade balnear de Sousse, onde morreram 38 turistas. O estado de emergência dá ao governo mais flexibilidade e reforça a autoridade da polícia e das forças armadas.
Corpo do artigo
Numa declaração pública nas televisões tunisinas, o presidente explicou que a Tunísia não ia aguentar um outro ataque e por isso é preciso que a polícia e as forças armadas assumam mais autoridade.
De acordo com a CNN, nesta declaração, o Presidente Béji Caïd Essebsi agradeceu o apoio internacional mas defendeu a necessidade de mais cooperação, de uma resposta internacional ao problema do terrorismo.
Também este sábado, vários altos responsáveis tunisinos, entre eles o governador de Sousse, foram demitidos, disse à Agência France Presse (AFP) um assessor do primeiro-ministro da Tunísia. Assim "como houve falhas de segurança, houve falhas políticas", afirmou Dhafer Néji.
Horas antes, o chefe de Estado da Tunísia, Béji Caïd Essebsi, decretou o estado de emergência no país, oito dias depois do atentado que provocou a morte de 38 turistas num hotel à beira-mar.
Fonte do gabinete de comunicação da presidência tunisina, citado pelas agências de notícias, explica que o estado de emergência dá ao governo mais flexibilidade e reforça a autoridade da polícia e das forças armadas, restringindo o direito de reunião pública.
O estado de emergência, que confere poderes de exceção à polícia e às forças armadas, foi levantado na Tunísia em 2014, depois de ter permanecido em vigor desde janeiro de 2011, relacionado com a fuga do Presidente Zine El Abidine Ben Ali, e a agitação que lançou "a primavera árabe".
Desde a sua revolução, a Tunísia enfrenta a progressão do movimento jihadista, responsável pela morte de dezenas de polícias e militares, e, em três meses, o país foi atingido por dois atentados reivindicados pelo movimento Estado Islâmico.
Foram 59 os turistas estrangeiros que morreram, 21 deles no Museu Bardo, em Tunis, e 38 no hotel em Port El Kantaoui, a 26 de junho.