Em reacção à aprovação pelo parlamento francês de uma lei que condena a negação do genocídio arménio de 1915, o primeiro-ministro turco acusou a França de ter cometido «um genocídio» na Argélia.
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«Calcula-se que 15 por cento da população argelina foi massacrada pelos franceses a partir de 1945. Trata-se de um genocídio», declarou Recep Tayyip Erdogan, em conferência de imprensa.
O chefe do governo turco acusou o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, de jogar com «o ódio aos muçulmanos e turcos» com fins eleitorais.
«O presidente francês Sarkozy começou a procurar ganhos eleitorais usando o ódio ao muçulmano e ao turco», declarou Erdogan.
A Turquia anunciou na quinta-feira o congelamento da cooperação política e militar com a França, após a aprovação pelo parlamento francês do projecto-lei que condena a negação do genocídio arménio.
O texto prevê um ano de prisão e 45 mil euros de multa pela negação de um genocídio reconhecido pela lei francesa, que legitima a existência de dois genocídios, de arménios e de judeus, ocorridos no século XX durante as duas guerras mundiais.
Paris reconheceu a existência do genocídio arménio, que terá provocado 1,5 milhões de mortos entre 1915 e 1917, pela lei de 20 de Janeiro de 2001.
Apesar de reconhecer que até 500 mil pessoas terão sido mortas nesse período, a Turquia considera que foram vítimas do contexto em que decorreu a Primeira Guerra Mundial e não de um genocídio premeditado.