O Governo turco avisou Washington antes de lançar a ofensiva militar contra uma milícia curda no norte da Síria, declarou o secretário da Defesa norte-americano.
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"A Turquia foi franca, eles avisaram-nos antes de lançar a operação aérea, disseram-nos que iam fazê-lo consultando-nos e estamos agora a trabalhar com o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a direção a seguir", declarou Mattis à imprensa que o acompanhava a bordo de um avião com destino à Ásia para uma digressão de uma semana.
A Turquia, aliada dos Estados Unidos na Aliança Atlântica, "é o único país da NATO com uma insurreição ativa dentro das suas fronteiras e as suas preocupações de segurança são legítimas", asseverou Mattis.
Ancara considera as Unidades de Proteção do Povo (YPG) -- a milícia que é alvo da ofensiva -- uma extensão na Síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização classificada pelo Governo turco e pelos seus aliados ocidentais como "terrorista" e que, desde 1984, leva a cabo em território turco uma sangrenta guerrilha.
Mas as YPG gozam do apoio dos Estados Unidos enquanto aliadas de peso da coligação de combate aos 'jihadistas' na Síria e estiveram na primeira linha da expulsão do grupo Estado Islâmico (EI) do seu bastião de Raqa.
O departamento de Estado norte-americano referiu, como o Pentágono, as "preocupações legítimas [da Turquia] em matéria de segurança", embora apelando a Ancara para "dar provas de contenção" na Síria. "Nós apelamos à Turquia para dar provas de contenção, assegurar-se de que as suas operações militares se mantêm com alcance e duração limitados e escrupulosamente evitar qualquer vítima civil", declarou a porta-voz dos Negócios Estrangeiros norte-americana, Heather Nauert, em comunicado.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, 18 pessoas, na maioria civis, foram mortas nos bombardeamentos turcos desde sábado. Ancara afirma só ter atingido "terroristas" e acusa as YPG de "propaganda".