A troca de tiros aconteceu na fronteira com a Síria, em resposta ao fogo dos "jihadistas" que matou um militar turco. A Turquia autorizou entretanto os EUA a usar bases aéreas do país como ponto de apoio nos ataques ao Estado Islâmico.
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Quem acompanha o que se passa na região diz que podemos estar perante o início do envolvimento a sério da Turquia na guerra da Síria.
Segundo a CNN turca e o jornal Hurriyet, os confrontos nasceram de uma tentativa de militantes do Estado Islâmico (EI) em passar a fronteira entre a Síria e a Turquia. Travados pelos militares turcos, os extremistas responderam com tiros que mataram um militar turco e feriram outros dois.
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As forças armadas de Ancara já confirmaram o confronto que também vitimou mortalmente um dos jihadistas e deixou três viaturas destruidas. Relatos não oficiais garantem que as forças turcas usaram tanques e aviões para bombardear as posições do Estado Islâmico.
Este ataque acontece numa altura em que o governo turco estava a ser acusado pelos curdos de não os proteger na guerra que acontece há anos na Siria.
Além deste primeiro confronto direto com os extremistas, a Turquia autorizou, também esta quinta-feira, os EUA a usar bases aéreas do país, entre as quais a de Incirlik, no sul do território, como ponto de apoio nos ataques ao grupo autoproclamado Estado Islâmico.
"O acesso [a esta base] vai aumentar a eficácia operacional da coligação", que combate o autoproclamado EI, afirmou um responsável da base de Incirlik à agência France Presse.
Após meses de negociações, Ancara e Washington chegaram a acordo sobre a utilização da base aérea turca. A informação foi revelada um dia depois de o Presidente norte-americano, Barack Obama, ter falado com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre o conflito.
"Decidimos aprofundar a cooperação" na luta contra o grupo EI, "unir os esforços para promover a segurança e estabilidade no Iraque e, com o nosso trabalho, trazer uma solução política para o conflito na Síria", disse a porta-voz do departamento norte-americano de Defesa, Laura Seal. A representante do Departamento de Defesa afirmou que os EUA, enquanto aliado da Turquia, levam "as ameaças à fronteira [da Turquia] com muita seriedade".