A Turquia está disposta a aceitar a devolução dos migrantes chegados à Europa através do país sem direito a asilo, mas condiciona-a ao levantamento da obrigação de vistos aos turcos que queiram deslocar-se à União Europeia (UE).
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A imposição foi anunciada este sábado pelo primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, que apresentará segunda-feira a proposta na cimeira com a UE, em Bruxelas.
O encontro em Bruxelas destina-se a analisar a proposta dos "28", que prevê que a Turquia se comprometa a readmitir migrantes "económicos" que não estão a fugir de zonas em conflito.
Davutoglu já se comprometera no passado a aceitar de volta todos os emigrantes não sírios que chegaram à Grécia através da costa turca e, terça-feira passada, recebeu um contingente de 380 pessoas procedentes de países do norte de África.
No início da semana passada, o ministro para os Assuntos da União Europeia da Governo turco, Volkan Bozkir, referiu que o acordo de readmissão não inclui nem iraquianos nem sírios, que Ancara estima em cerca de 2,5 milhões.
Bozkir, contudo, condicionou o acordo à liberalização dos vistos aos cidadãos turcos que queiram viajar para a Europa comunitária.
"A UE deveria eliminar os vistos em outubro ou novembro. Se o acordo de readmissão se aplica e o fim dos vistos não acontecer nessa altura, teremos o direito de anular o pacto", advertiu o ministro turco.
A questão dos vistos, bem como a do desbloqueamento das negociações de adesão à UE, são alguns dos itens que integram o acordo entre Bruxelas e Ancara, que prevê também a concessão de 3.000 milhões de euros à Turquia para garantir assistência aos refugiados.