Já se vota num país que vai decidir sobre uma reforma constitucional, que substitui o sistema parlamentar por um regime presidencialista.
Corpo do artigo
Se a reforma for aprovada, o cargo de primeiro-ministro é eliminado e os seus poderes são transferidos para o chefe de Estado. O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já votou e defende que o referendo é um escrtutínio para garantir o futuro da Turquia.
A TSF ouviu André Barrinha, professor de política e relações internacionais na universidade de Canterbury, em Inglaterra que sublinha que o resultado terá sempre implicações para a União Europeia.
TSF\audio\2017\04\noticias\16\barrinha1
Mas quer vença o "sim" ou "não", o resultado terá sempre reflexos na Europa. Nesse campo, o professor universitário destaca os refugiados.
TSF\audio\2017\04\noticias\16\barrinha4
Os cerca de 55 milhões de turco com direito a voto são chamados às urnas para dizer "sim" ou "não" a uma reforma constitucional de 18 pontos que contempla um sistema presidencialista de amplos poderes em substituição do atual modelo parlamentar.
Erdogan diz que o que está em causa é o futuro da Turquia
"Se Deus quiser, a nossa nação, aqui e no estrangeiro, avançará em direção ao futuro depois de ter sido feita a escolha esperada", declarou Erdogan, depois de votar em Istambul, realçando que o referendo não é um escrutínio "vulgar" para transformar o sistema de governo da Turquia.
Cerca de 58 milhões de turcos vão pronunciar-se hoje, em referendo, sobre uma reforma constitucional proposta pelo Presidente da Turquia, que substitui o sistema parlamentar por um regime presidencialista.
A TSF falou Duarte Marques, um dos observadores internacionais deste escrutínio. O deputado português diz que nada de anormal se passou até agora.
TSF\audio\2017\04\noticias\16\dmarques1
Os primeiros resultados devem ser conhecidos por volta das 21h, hora portuguesa, mas se a corrida for renhida, os resultados finais só devem ser anunciados na segunda-feira.
Caso o "sim" vença, o cargo de primeiro-ministro desaparece e os seus poderes são transferidos para o Presidente. A vitória do "sim" permitirá ainda concretizar 18 reformas constitucionais que fornecem ao chefe de Estado o poder para designar ministros e altos responsáveis oficiais, nomear metade dos membros da mais alta instância judicial do país (HSIK), declarar o estado de emergência e emitir decretos.
Para os apoiantes de Erdogan, o mentor desta consulta eleitoral, as alterações à Constituição vão introduzir a estabilidade de que o país necessita. Os opositores receiam que apenas signifique mais um passo em direção a um regime autocrático controlado pelo atual "homem-forte" da Turquia.
Na reta final da campanha as sondagens mais credíveis indicavam que o "sim" e o "não" ao novo sistema presidencialista estavam praticamente empatados, com alguns estudos de opinião a referirem-se a apenas meio ponto de diferença.