
Turkish President Tayyip Erdogan waves to supporters as he leaves his residence in Istanbul, Turkey June 24, 2018. REUTERS/Alkis Konstantinidis
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Duas horas depois do fecho das urnas as televisões começaram a revelar o resultado ainda não oficial do escrutínio. Erdogan segue na frente, mas a oposição diz que houve tentativas de fraude.
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Pouco depois do fecho das urnas, com cerca de um quinto dos votos já contados, o recandidato Tayyip Erdogan seguia na frente com 59,9% dos votos. Na mesma altura, o seu principal opositor Muharrem Ince contava com 25.8%.
Mas a vantagem tem vindo a diminuir. Cerca de uma hora depois de terminada a votação, e já com metade dos votos contados, Erdogan tinha apenas 56,5% dos votos. O presidente turco precisa de ter 50%+1 para evitar uma segunda volta.
Ainda antes das urnas fecharem o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, tinha saudado a "transição" para uma república presidencialista consagrada nas eleições presidenciais e parlamentares do seu país. "Paralelamente a estas eleições, a Turquia realizou uma revolução democrática. Pela primeira vez, estamos passando por uma transição para o presidencialismo", afirmou o chefe de Estado aos jornalistas depois de votar, no distrito de Üsküdar, em Istambul.
Para estas eleições, presidenciais e legislativas, estão convocados 56,3 milhões de eleitores, enquanto os três milhões de turcos no estrangeiro exerceram o seu direito entre 07 e 19 de junho.
Oposição da Turquia divulga tentativas de fraude nas eleições
O principal partido da oposição turco divulgou tentativas de fraude durante as eleições legislativas e presidenciais antecipadas a decorrer no país.
"Chegaram-nos numerosas queixas", sobretudo da província de Sanliurfa (sudeste), declarou o porta-voz do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Bulent Tezcan, durante uma conferência de imprensa na sede da formação em Ancara.
Tezcan enumerou vários exemplos de tentativas de introduzir votos falsos nas urnas, evocando uma urna com mais de uma centena de votos, todos pela aliança dominada pelo partido no poder, Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), mesmo antes da abertura das assembleias de voto.
Também divulgou um vídeo, que afirmou ter autenticado, de um homem afirmando que existiam mais boletins que votantes numa assembleia de voto em Suruç.
O procurador de Sanliurfa, à qual pretende Suruç, afirmou ter aberto um inquérito após aquelas alegações e já foram detidas quatro pessoas, segundo a agência estatal Anadolu.
Temendo fraudes, em particular no sudeste de maioria curda, opositores e organizações não-governamentais mobilizaram várias centenas de milhares de observadores.
"Na região houve ataques, ameaças para deter os nossos observadores", afirmou Tezcan.
Lamentou igualmente a presença de "pessoas armadas nas ruas", que tentam criar, segundo ele, "um ambiente de terror para os eleitores".
O Partido Democrático dos Povos (HDP, principal formação pró-curda e de esquerda) também divulgou nas redes sociais tentativas de fraude e de intimidação no sudeste.
Após ter votado em Istambul, o presidente Recep Tayyip Erdogan afirmou que "não existem problemas sérios em toda a Turquia" no modo como decorre o escrutínio.