A Turquia prometeu hoje reagir com «reciprocidade» à decisão do Egito de expulsar o embaixador turco no Cairo, num protesto contra as declarações de Ancara que condenou a repressão dos islamitas no Egito.
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O governo egípcio expulsou hoje o embaixador turco no Cairo, depois de o primeiro-ministro turco, Recep Tayip Erdogan, ter criticado a repressão dos islamitas pelas novas autoridades egípcias, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio também anunciou que o embaixador egípcio, chamado ao Cairo a 15 de agosto, não regressará a Ancara.
A partir de agora, a representação diplomática do Egito em Ancara ficará reduzida a uma Encarregado de Negócios, adiantou o ministério egípcio.
As relações diplomáticas entre os dois países deterioraram-se quando o exército egípcio destituiu o presidente islamita Mohamed Morsi, a 3 de julho, dias depois de milhões de egípcios terem saído à rua para pedir a destituição do único chefe de Estado eleito democraticamente no país.
Os manifestantes acusavam Morsi de querer islamizar a sociedade egípcia à força.
O embaixador turco no Cairo, Huseyin Avni Botsali, foi hoje chamado ao ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, onde lhe foi comunicado que a partir de agora era "persona non grata", explicou o porta-voz do ministério egipcio Badr Abdelaty.
Esta decisão foi tomada devido às declarações de Erdogan, que o Cairo considera que «constituem uma ingerência inaceitável nos assuntos internos do Egito e uma provocação», adiantou o porta-voz.
Erdogan, um islamita conservador próximo de Morsi e da Irmandade Muçulmana, foi o estrangeiro mais crítico da repressão levada a cabo pelas novas autoridades egípcias.
Ancara e o Cairo também anularam exercícios navais comuns previstas para outubro.