O balanço da explosão ocorrida na terça-feira numa mina da Turquia subiu hoje para 274 mortos, com o primeiro-ministro turco a ser fortemente atacado por manifestantes, que o acusam de negligenciar a segurança no setor mineiro.
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O ministro da Energia disse hoje à noite que um incêndio no local do acidente dificultou o resgate. «O tempo não está a nosso favor», afirmou.
Dezenas de manifestantes em fúria pediram hoje a demissão do Governo turco e pontapearam o carro do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, quando o governante visitava Soma, no oeste da Turquia, onde ocorreu a explosão na mina de carvão.
Apesar do dispositivo policial, os manifestantes conseguiram aproximar-se do carro oficial do primeiro-ministro turco e começaram a pontapea-lo, relatou a agência noticiosa turca Dogan.
Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro rejeitou as críticas sobre uma eventual negligência do Governo turco, islâmico-conservador, afirmando que os acidentes em minas «acontecem em todo o mundo», referenciando os ocorridos nos séculos XIX e XX, nomeadamente no Reino Unido e em França.
Também hoje, milhares de manifestantes envolveram-se hoje em violentos confrontos com a polícia antimotim em Istambul.
Segundo o testemunho de um repórter fotográfico da agência noticiosa francesa (AFP), os manifestantes, a maioria membros de sindicatos da esquerda turca, entoaram frases de ordem antigovernamentais no centro de Istambul. Em reação, a polícia respondeu com gás lacrimogéneo e balas de borracha.
A AFP também noticiou que a polícia utilizou gás lacrimogéneo e canhões de água contra manifestantes que protestavam em Ancara, após a explosão na mina de carvão em Manisa, já considerado o pior acidente numa mina na Turquia.