O governo da Ucrânia fez saber, esta tarde, que vai ser «suave» a transição para o novo executivo de unidade nacional. O parlamento indicou hoje o ministro interino do Interior e um novo presidente do parlamento.
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O Governo ucraniano promete uma transição de poderes completa, responsável e em respeito pela constituição.
A garantia foi dada através de um comunicado oficial que assegura também que o Conselho de Ministros está a funcionar normalmente.
A polícia ucraniana declarou hoje estar «ao lado do povo» e partilhar das suas aspirações a «mudanças rápidas», no dia em que o braço direito da opositora Iulia Timochenko foi eleito presidente do parlamento.
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O homem próximo de Timochenko, Alexander Turchinov, foi eleito poucas horas depois de ser conhecida a demissão do anterior presidente. Volodymyr Rybak, um dos elementos do regime, mais próximos do presidente, alegou razões de saúde para a demissão.
Pouco depois, o parlamento votou também a nomeação de um ministro interino para a pasta do interior, que tutela as forças de segurança.
Arsen Avakov, um deputado e antigo colaborador de Timoshenko, foi aprovado por 275 dos 324 deputados presentes na sala.
O partido das Regiões (no poder na Ucrânia) tem perdido representatividade, com a demissão de pelo menos 41 deputados, deixando de ter a maioria e o controlo do parlamento.
Foi já aprovada uma alteração da constituição, repondo o texto de 2004, e ilegalizando manifestações de apoio ao separatismo da Ucrânia.
Antes, a oposição tinha exigido a destituição do presidente e eleições até 25 de maio. Vitali Klitschko quer assumir-se como a cara da quase revolução em curso na Ucrânia e esta manhã defendeu que o presidente deve renunciar.
Entretanto, uma colaboradora direta do presidente Ianukovich confirmou que ele está em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, sem avançar mais detalhes.
Na praça da independência, em Kiev, mais de 40 mil manifestantes não arredaram pé, toda a noite.
Em Kiev está agora Ana Gomes, eurodeputada socialista, que integra uma missão do Parlamento Europeu (até segunda-feira), que deveria reunir-se, esta manhã, entre outros, com o presidente do Parlamento. Ana Gomes conta que há relatos divergentes sobre o paradeiro do presidente da Ucrânia.
Há notícias que dão conta da permanência na Ucrânia, mas também de uma viagem para os Emirados Árabes Unidos.
Ana Gomes conta ainda que a notícia da assinatura do acordo não tranquilizou os manifestantes reunidos no centro de Kiev. A eurodeputada diz que para já ambiente é de aparente calma na capital.