O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros acusa Moscovo de ter tomado o controlo operacional da Crimeia. William Hague diz que esta é a pior crise do século XXI.
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O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros define assim o braço-de-ferro entre a Rússia e a Ucrânia.
William Hague diz que a crise foi provocada pela intervenção russa e sublinha que o mundo não pode assistir impávido à violação da soberania da Ucrânia, com a entrada das tropas russas na Crimeia.
Em entrevista à BBC, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros adianta que a Rússia tem nesta altura o controlo operacional da Crimeia, apesar dos avisos da comunidade internacional.
Hague confessa o receio de que a Rússia envie mais tropas para outras zonas da Ucrânia e não tem dúvidas em dizer que esta é a maior crise na Europa, deste século.
Uma crise que está a mobilizar todas as forças diplomáticas. O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reúne-se ao final da manhã, em Genebra, para um almoço de trabalho com o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.
Em Bruxelas, os ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia juntam-se num segundo encontro em 10 dias para falar da Ucrânia.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa quer criar um grupo de contacto para resolver a crise e vai enviar uma missão, para investigar os direitos humanos durante os incidentes em Kiev.
Da noite, vem a condenação da Rússia, pelo G7, enquanto a Rússia fez saber que conversou com a China e os dirigentes de Pequim partilham o mesmo ponto de vista em relação à Ucrânia.
Por causa da crise, os mercados estão hoje em forte queda. A moeda russa teve a maior queda de sempre, atingindo o minimo histórico face ao dólar e ao euro.
A bolsa de Moscovo esteve a cair 6%, o que levou o banco central russo a anunciar, de surpresa, a subida da taxa directora, dos 5 e meio para os 7%.
O vice-ministro da economia russo fala numa histeria nos mercados, mas diz acreditar que o pior vai passar, com a intervenção do banco central de Moscovo.
Entretanto, Vladimir Putin aceitou uma proposta para iniciar o diálogo político, mas o clima de tensão não dá mostras de abrandar.