Ucrânia: NATO volta a analisar intervenção russa na Ucrânia devido a receios polacos
A intervenção russa na Ucrânia, onde Moscovo terá já colocado 16.000 soldados, volta hoje a ser analisada pela NATO, que reúne de emergência pela segunda vez em dois dias, desta vez a pedido da Polónia.
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As autoridades de Varsóvia receiam uma intervenção armada da Rússia e solicitaram uma reunião dos Aliança Atlântica para discutir a situação, como explicou o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, ao vincar que a situação na Ucrânia é vista pelos países vizinhos como uma ameaça e com «sérias e diretas implicações para a segurança e estabilidade da área Euro-Atlântica».
Com a Rússia de Putin e Medvedev cada vez mais isolada no campo internacional -- os restantes membros do G8 ameaçam Moscovo com a expulsão e o isolamento diplomático e económico -, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, vai hoje a Espanha onde reúne com o rei Juan Carlos, com o primeiro-ministro Mariano Rajoy e com a chefe da diplomacia da União Europeia, Carherine Ashton. O tema dos encontros é apenas um, a Ucrânia.
Mais do que nos encontros com as autoridades espanholas, as discussões de hoje entre Carherine Ashton e o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros da Rússia poderão ser fundamentais para a reunião de chefes de Estado e de Governo da União Europeia na quinta-feira, um encontro onde podem ser decididas sanções a Moscovo.
Entretanto, Moscovo vai tentando justificar a intervenção na Ucrânia, ainda que apenas confinada à Crimeia, revelando, como o fez o embaixador russo na ONU, Vitali Tchourkine, que o Presidente ucraniano Viktor Ianoukovitch pediu ajuda a Moscovo para defender a população ucraniana.
Vitali Tchourkine, que falava no Conselho de Segurança das Nações Unidas, citou uma mensagem dirigida então a Vladimir Putin, na qual Ianoukovitch afirmava: "a Ucrânia está à beira de uma guerra civil na sequência dos acontecimentos ocorridos em Kiev".
«Há vidas ameaçadas (...) pessoas perseguidas», acrescentava a mensagem citada pelo embaixador, que adiantou que o ex-Presidente ucraniano "pediu a utilização das forças armadas da federação russa para proteger a população ucraniana".
Apesar das justificações de Moscovo, Barack Obama assumiu uma posição de força contra a Rússia, salientando que o país, como considera grande parte da comunidade internacional, violou o direito internacional ao intervir na Ucrânia, colocando-se do "«ado errado da História».
Por saber está ainda a posição chinesa, que em várias situações, como na Síria, tem 'alinhado' na mesma posição russa e que Moscovo já disse ter pontos de vista coincidentes com os seus sobre a questão ucraniana.