O primeiro-ministro considerou que a posição conjunta sobre a situação na Ucrânia hoje adotada pelos líderes europeus, em Bruxelas, defende de forma clara uma «solução política e diplomática», evitando simples ameaças à Rússia.
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«A posição que foi aqui adotada é bastante clara: não pretende fazer uma espécie de escalada de posições que tornem mais difícil obter uma solução que respeite a integridade da Ucrânia, mas deixa uma mensagem muito clara de que a União Europeia está disposta a acompanhar esta situação tirando dela as devidas consequências se essa não for a perspetiva de todas as partes envolvidas no processo», afirmou, à saída de um Conselho Europeu extraordinário sobre a Ucrânia.
Segundo Passos Coelho, «o que é importante é que todas as partes possam sentar-se à mesa, eventualmente com mediação, para chegar a um ponto de resolução amigável, política e diplomática para este conflito», embora a UE se reserve o direito de rever a sua parceria com Moscovo.
«E essa é a grande perspetiva que sai deste Conselho, julgo eu. Não é tanto uma espécie de sinalização de ameaças para futuro, é sobretudo dizer: «nós estamos dispostos a defender estes princípios no futuro, mas acreditamos que é possível a todas as partes encontrar uma via moderada de resolução dos seus problemas», afirmou.
Ainda assim, apontou que o Conselho Europeu confirmou a tomada de posição proposta pelo Conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros, na passada segunda-feira, «que inclui a suspensão dos preparativos do G8 com a Rússia», tal como os termos de toda a negociação que vinha sendo desenvolvida em torno de facilitação de vistos, «como admite suspender a própria cimeira UE/Rússia».
Segundo Passos Coelho, é preciso «condenar aquilo que aconteceu, designadamente com a Crimeia» e a decisão «unilateral» de realizar um referendo, que a UE considera «ilegal, na medida em que não é compatível com a própria constituição ucraniana», além de que «a ocupação por forças russas tem que terminar, isso parece inequívoco».
Por outro lado, a União «está disponível para manter de pé o contrato de associação que tinha elaborado para desenvolver uma zona de comércio livre com a Ucrânia» - e a colaboração do ponto de vista económico e comercial, defendeu, é «indispensável para o futuro da Ucrânia» -, assim como «para lhe prestar assistência económica e financeira numa altura tão difícil como esta».
No entanto, insistiu, «há uma vontade muito grande por parte de todos os países da UE em encontrar uma solução que possa ser politica e diplomática para este conflito», que opõe dois países parceiros da União Europeia.