A Ucrânia não deixará passar pelo seu território o "comboio humanitário" russo que se dirige para a fronteira, declarou hoje o chefe adjunto da presidência ucraniana, Valéri Tchaly.
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«Consideramos não ser possível a deslocação de colunas russas no território da Ucrânia. Esta carga poderia atravessar um posto fronteiriço ucraniano e ser transferida para veículos do Comité Internacional da Cruz Vermelha. Não aceitamos que (a ajuda humanitária) seja acompanhada pelo Ministério das Situações de Urgência russo ou por militares russos», declarou Tchaly num encontro com a imprensa.
A iniciativa russa de enviar ajuda humanitária para o leste da Ucrânia foi anunciada na sexta-feira na ONU e rejeitada por Kiev, Washington, Berlim e Londres, que temem que o projeto sirva de pretexto para uma invasão russa em território ucraniano.
O comboio de 280 camiões transporta «cerca de 2.000 toneladas de material humanitário, recolhido por habitantes de Moscovo e arredores», disse um responsável da administração da região de Moscovo citado pela agência Ria Novosti.
Entretanto, o presidente francês, François Hollande, transmitiu hoje ao homólogo russo, Vladimir Putin, a sua «séria preocupação» com «a perspetiva de uma missão unilateral russa em território ucraniano», anunciou a presidência francesa.
Numa conversa telefónica, Hollande «sublinhou a sua séria preocupação com a evolução da situação no leste da Ucrânia» e «insistiu que uma operação humanitária só pode intervir em território ucraniano com o acordo das autoridades nacionais ucranianas, tanto quanto à forma como às modalidades» da missão, lê-se num comunicado do Palácio Eliseu citado por agências internacionais.
«Tem de ser realizada num quadro multilateral e sob cobertura da Cruz Vermelha Internacional», afirmou Hollande.