Os rebeldes da autoproclamada república popular de Donetsk afirmaram-se dispostos a dialogar com as novas autoridades da Ucrânia, mediante a mediação da Rússia, entre outros países, anunciou hoje o líder pró-russo dos separatistas, Denis Pushilin.
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«Estamos prontos para o diálogo, mas apenas com a participação de mediadores, isto é, com terceiros, e com a imprescindível mediação da Rússia», disse o líder dos rebeldes à agência russa Interfax.
O responsável precisou, no entanto, que atualmente não vê possibilidades para o regresso da região ao seio da Ucrânia, e recordou que a maioria de cidadãos das regiões de Donetsk e Lugansk se pronunciaram a favor da independência em referendos realizados a 11 de maio.
«O povo fez a sua escolha. Temos centenas de mortos, cerca de 200 pessoas foram sequestradas pelas forças ucranianas. No dia de hoje, a Ucrânia é um agressor contra o qual estamos em guerra. Que diálogo pode haver para o regresso?», defendeu Pushilin.
Por outro lado, o autoproclamado primeiro-ministro da república popular de Lugansk, Vasili Nikitin, manifestou que a república, declarada independente da Ucrânia, não tem nada a ver com as eleições presidenciais ucranianas celebradas este domingo.
«Não há dúvida de que as eleições presidenciais de outro país não nos afetam de maneira nenhuma. Não temos nada para reconhecer», disse Nikitin.
Entretanto, o vencedor das eleições presidenciais na Ucrânia, o multimilionário Petro Poroshenko, deixou hoje claro que apoia a operação militar que decorre no sudeste do país, com maioria de falantes de russo.
Poroshenko garantiu que «não haverá negociações com os terroristas" e que "aqueles que recusem depor as armas não beneficiarão da amnistia», numa referência aos milicianos pró-russos que combatem as tropas governamentais em regiões de Donetsk e Lugansk.
«Os milicianos não têm interesse em falar com ninguém. Tal como os milicianos somalis, querem manter a ilegalidade. É inadmissível. Os terroristas não representam ninguém, querem atemorizar todo o mundo, pois é a sua única forma de sobreviver», defendeu.