A União Europeia afirmou hoje que a decisão dos separatistas pró-russos de manterem a realização de um referendo independentista na região leste da Ucrânia só irá agravar a crise naquela antiga república soviética.
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«Tal votação não terá legitimidade democrática e só irá agravar ainda mais a situação», afirmou Maja Kocijancic, porta-voz da Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança Catherine Ashton, em declarações à comunicação social em Bruxelas.
«Insistimos fortemente sobre o facto de que este referendo não deve acontecer» porque «poderá levar a uma nova escalada», reforçou a porta-voz, em reação ao anúncio dos separatistas pró-russos sobre a manutenção do referendo independentista no próximo domingo.
«Apoiamos totalmente a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia», realçou Maja Kocijancic.
Apesar dos apelos do Presidente russo, Vladimir Putin, para o adiamento da consulta pública, os separatistas pró-russos da auto-proclamada República Popular de Donetsk e de Slavyansk anunciaram hoje que o referendo independentista no Leste da Ucrânia vai realizar-se no dia 11 de maio.
Os insurgentes de Lugansk disseram também que estão a «fazer tudo» para que o referendo se realize no mesmo dia.
As declarações de Putin «representam uma etapa que pode ajudar à desescalada» mas "vamos ver se as palavras são sguidas por ações», declarou ainda Kocijancic.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 Estados-membros da UE vão reunir-se na segunda-feira em Bruxelas, um dia depois da realização do referendo.
Na segunda-feira, os chefes da diplomacia poderão decidir impor novas sanções, bem como alargar os critérios legais da aplicação de sanções, segundo uma fonte diplomática, citada pela agência AFP.
Os embaixadores dos 28 alcançaram, na quarta-feira, um acordo de princípio para expandir os critérios legais das sanções que visam indivíduos e entidades durante a crise ucraniana.
A UE impôs, até à data, o congelamento de bens e a proibição de vistos a 48 cidadãos russos e ucranianos por violação ou ameaça à integridade territorial da Ucrânia.
Os novos critérios acordados permitem alargar o círculo potencial de visados, podendo abranger pessoas que promovem a instabilidade ou a insegurança, de acordo com a mesma fonte diplomática.