O presidente do conselho europeu, Herman Van Rompuy, pediu hoje ao Governo e à oposição da Ucrânia «coragem» para «passarem das palavras aos atos» e aplicar o acordo assinado para pôr fim à crise.
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O acordo, assinado na presença dos mediadores europeus, "é um compromisso necessário para lançar o indispensável diálogo político" que vai permitir à Ucrânia sair da atual crise, afirmou Van Rompuy, num comunicado divulgado em Bruxelas.
«É agora responsabilidade de todas as partes serem corajosas e passarem das palavras aos atos», acrescentou.
O acordo, assinado hoje pelo Presidente, Viktor Ianukovitch, e pelos líderes dos três partidos da oposição com representação parlamentar, prevê importantes concessões à oposição como a antecipação das eleições presidenciais, a formação de um Governo de coligação e a reforma constitucional.
Van Rompuy sublinhou por outro lado que a conclusão deste acordo foi possível graças ao "importante trabalho" dos ministros dos Negócios Estrangeiros da França, Alemanha e Polónia e do representante da Rússia, Vladimir Lukin, e aos "persistentes esforços" desenvolvidos há dois meses pela chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
O acordo foi alcançado depois de os violentos confrontos entre polícia e manifestantes dos últimos dias terem feito cerca de 100 mortos, segundo números da oposição.
A crise política na Ucrânia iniciou-se há exatamente três meses, depois de Ianukovitch suspender os preparativos para um acordo com a União Europeia, e agravou-se em finais de janeiro, quando se registaram as primeiras mortes, com a aprovação de leis limitando a liberdade de manifestação.