O avião malaio, que caiu na quinta-feira no leste da Ucrânia, foi «provavelmente abatido por um míssil terra-ar» disparado de uma "zona ocupada por separatistas" pró-russos, declarou hoje a embaixadora dos Estados Unidos na ONU.
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Samantha Power referia-se a um míssil "Buk", de tipo "SA-11", numa intervenção durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A diplomata sublinhou que na quinta-feira de manhã já «se sabia que os separatistas» possuiam este tipo de sistema de defesa antiaéreo, perto do local onde o avião malaio se despenhou.
Se o exército ucraniano possui este tipo de mísseis, os Estados Unidos "desconhecem a presença de um sistema de mísseis SAM na zona" do acidente, afirmou Power.
Desde o início da crise que a defesa antiaérea ucraniana não disparou qualquer míssil, acrescentou.
«Dada a complexidade do sistema SA-11, é improvável que os separatistas possam usá-lo eficazmente sem pessoal qualificado", portanto - disse - "não é possível excluir a possibilidade de uma ajuda técnica de pessoal russo».
Caso tenham sido os separatistas a disparar o míssil, «eles e aqueles que os apoiam têm boas razões para dissimular as provas do crime», adiantou.
Samantha Power exigiu a abertura imediata de um inquérito internacional e exigiu um cessar-fogo entre Kiev e os separatistas para «facilitar o acesso ao local».
Para a embaixadora norte-americana, Moscovo deve pressionar os separatistas a aceitarem uma trégua para as investigações, e deve «tomar urgentemente medidas concretas para diminuir a tensão na Ucrânia».
O avião da Malaysia Airlines, com 298 pessoas a bordo, fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur, tendo desaparecido dos radares da Ucrânia a uma altitude de 10.000 metros.
O "Boeing-777" perdeu a comunicação com terra na região oriental de Donetsk, perto da cidade de Shaktarsk, e palco de combates entre forças governamentais ucranianas e rebeldes pró-russos.