
European Union foreign policy chief Federica Mogherini holds a news conference after an EU-African Union meeting in Brussels, Belgium, January 22, 2019. REUTERS/Francois Lenoir
REUTERS
Bruxelas considera que a via democrática, com a realização de novas eleições, é a saída possível para a crise de poder na Venezuela.
Corpo do artigo
Esta tarde, a porta-voz da Alta Representante da União Europeia para a Ação Externa, Federica Mogherini, Maja Kocijancic foi amplamente questionada sobre o assunto, e sobre a perspetiva de um reconhecimento de Juan Guaidó como presidente do pais, mas a posição oficial é que a realização de eleições são a única via possível.
TSF\audio\2019\01\noticias\24\joao_francisco_guerreiror_venezuela_ue_eleicoes_livres_bruxelas
"Tornámos claro qual é o futuro que acreditamos que a Venezuela deve procurar optar", afirmou a porta-voz, reiterando que a União "continua pronta para apoiar as restauro da democracia e o Estado de Direito na Venezuela. A nossa declaração fala num processo politico credível e pacífico, à luz da Constituição da Venezuela".
Maja Kocijancic diz ainda que Bruxelas está atenta aos desenvolvimentos nas ruas de Caracas onde "houve um claro apelo à democracia e à possibilidade para, livremente, determinarem o próprio destino, [feito] pelas pessoas que vimos ontem [nas manifestações] a pedirem desenvolvimentos".
Questionada porque razão a posição de União Europeia não vai além de apoiar a assembleia nacional venezuelana, em vez de reconhecer Juan Guaidó como presidente do País, a porta-voz é evasiva.
"Obviamente é uma história em desenvolvimento. Mas penso, que como União Europeia respondemos com unidade e com um apoio muito rápido, apoiando as forças democráticas no país", afirmou, remetendo para uma declaração escrita, emitida ao final da noite de ontem, pela Alta Representante da União Europeia para a Ação Externa, Federica Mogherini.
Nessa declaração, Mogherini salienta que "o povo da Venezuela pediu maciçamente a democracia e a possibilidade de determinar livremente seu próprio destino", considerando que "essas vozes não podem ser ignoradas". E, por essa razão "a UE apela fortemente ao início de um processo político imediato que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".
Porém, Mogherini não vai tão longe como foram, por exemplo, os Estados Unidos, que reconheceram Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, como legítimo presidente da Venezuela", ficando-se pelo "apoio" à Assembleia Nacional.
"A UE apoia plenamente a Assembleia Nacional como a instituição democraticamente eleita cujos poderes devem ser restaurados e respeitados", afirma a Alta Representante na mesma declaração, em que apela ao pleno respeito pelos "direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo o seu Presidente, Juan Guaidó".
"A violência e o uso excessivo da força pelas forças de segurança são completamente inaceitáveis e, com certeza, não resolverão a crise. O povo venezuelano tem o direito de se manifestar pacificamente, escolher livremente os seus líderes e decidir o seu futuro", defende.