União Europeia exige ao Irão que cumpra na íntegra o programa nuclear. Trata-se de uma "questão de segurança".
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A União Europeia (UE) avisou esta segunda-feira que o seu apoio ao acordo internacional celebrado com o Irão em 2015 sobre o programa nuclear depende do "total cumprimento" por parte de Teerão.
"O nosso apoio depende do pleno respeito dos compromissos por parte do Irão", disse na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia a porta-voz para a Política Externa, Maja Kocijancic.
A porta-voz salientou ainda que o respeito pelo acordo "é uma questão de segurança, não só da região ou da Europa, mas globalmente".
O dirigente do programa nuclear do Irão anunciou hoje que o país começou a operar 60 centrifugadoras avançadas IR-6 para produzir urânio, violando novamente o acordo sobre o nuclear assinado em 2015 com as maiores potências do mundo.
O anúncio foi feito no dia em que o Irão assinala o 40º aniversário da invasão da embaixada dos Estados Unidos em Teerão com protestos antiamericanos em muitas cidades do país.
Ali Akbar Saléhi disse ainda que o Irão produz a partir de agora cinco quilogramas de urânio enriquecido por dia, mais de dez vezes mais do que há dois meses.
Segundo Ali Akbar Salehi, o Irão opera atualmente o dobro das centrifugadoras avançadas relativamente ao que o país assumia ter.
Uma centrifugadora IR-6 consegue produzir urânio 10 vezes mais depressa do que a primeira geração desta tecnologia (as IR-1), as únicas permitidas pelo acordo do nuclear.
O acordo de 2015, assinado pelo Irão com os Estados Unidos, a China, a Rússia, a França, a Alemanha e o Reino Unido, prevê limitações técnicas significativas no programa nuclear do Irão -- como a quantidade de centrifugadoras para produção de urânio a utilizar por Teerão - para impedir que o país detenha bombas atómicas, em troca do levantamento de sanções internacionais.
Devido à retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018 e à reposição de sanções, o Irão começou, em maio, a violar alguns dos compromissos nucleares assumidos para pressionar os países europeus a garantir as suas vantagens económicas com o acordo.