No Parlamento, o negociador chefe da União Europeia disse que depende dos britânicos "mexer nas linhas vermelhas". Michel Barnier não quis falar em adiar a data de 30 de março. E houve uma picardia com o PCP.
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Michel Barnier deixa um aviso claro enquanto mantém abertura para um acordo que seja mais do que sobre livre comércio: o Mercado Único deve permanecer "íntegro e indivisível".
"Se o Reino Unido mexer nas linhas vermelhas, nós mexemos imediatamente, se quiser mais, estamos prontos. Respeitamos a vontade britânica e respeitamos as linhas vermelhas, como respeitamos o princípio do mercado único e da indivisibilidade", disse aos depurados, no Parlamento.
O negociador chefe do Brexit, sublinha a importância do Mercado Único que permite a União Europeia não estar submissa a outros atores como a China e os Estados Unidos.
"Não vamos destruir o mercado único por causa da partida dos britânicos. Não seria bom para eles ou para nós. Exigimos que eles respeitem aquilo que nos faz fortes", insistiu Michel Barnier.
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Barnier foi questionado várias vezes sobre um eventual adiamento do prazo para a saída do Reino Unido da União. O negociador-cehefe do Brexit lembrou que foram os britânicos a fixar a data de 30 de março: " A questão que se coloca é quanto tempo e para quê?", interrogou.
O homem que, em nome da UE, negociou com o governo britânico sublinhou a gravidade do momento, "um processo complicado". Ninguém ainda me conseguiu mostrar o valor acrescido do Brexit. É um acordo em que todos perdem. É uma negociação negativa", disse Barnier.
Durante a audição de cerca de duas horas, houve momentos de picardia com a esquerda parlamentar, sobretudo com a deputada Paula Santos, do PCP, que acusou a União Europeia de "fazer pressão, chantagem e ameaça" sobre o Reino Unido. O negociador Chefe da União Europeia indignou-se com a crítica.
"Nunca como negociador tive uma atitude de pressão, de chantagem ou de ameaça. Nunca. Não é justo dizer isso. Peço que me respeite!", atirou para a deputada.
Já no final da reunião a presidente da Comissão deitou água na fervura, elogiando o papel de Michel Barnier durante as negociações.