A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros condenou hoje o assalto «inaceitável» à embaixada do Reino Unido em Teerão e instou as autoridades iranianas a protegerem as embaixadas e diplomatas no país.
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Numa nota divulgada ao final desta tarde, em Bruxelas, Catherine Ashton referiu que «foi com extrema preocupação que tive conhecimento de que as instalações da embaixada do Reino Unido em Teerão foram assaltadas por manifestantes. Condeno firmemente esta incursão totalmente inaceitável».
A chefe da diplomacia da UE instou ainda o governo iraniano a «cumprir imediatamente as suas obrigações internacionais, incluindo a Convenção de Viena, na protecção de diplomatas e embaixadas».
Ashton acrescenta que continua a acompanhar de perto os desenvolvimentos e mantém-se em contacto com as autoridades britânicas e restantes Estados-membros da UE.
Em Teerão, as agências internacionais avançam, nos últimos minutos, que surtiu efeito o ultimato das forças de segurança.
As largas dezenas de manifestantes, descritos como jovens estudantes islamitas, terão abandonado tanto a embaixada como a antiga residência oficial do embaixador do Reino Unido, no norte da capital do Irão.
São os desenvolvimentos mais recentes, num dia que ficou marcado por sucessivas invasões. Um grupo de seis funcionários reféns, que ao fim de algumas horas foram libertados, documentos oficiais queimados, bem como a bandeira do Reino Unido que foi substituída pela iraniana.
No total três ofensivas aos edifícios diplomáticos britânicos, numa "mancha negra" tanto pela cor que predominava na roupa dos manifestantes e pelas bandeiras que empunhavam, bem como pela farda da polícia de intervenção que tem estado no local.
Na última hora surgiu também a posição oficial do governo iraniano que lamenta as ofensivas à embaixada britânica e garante estar empenhado na segurança dos diplomatas.
Estas primeiras declarações surgiram na altura em que agências de notícias davam conta do terceiro ataque aos edifícios diplomáticos britânicos.
As exigências do executivo britânico sucederam-se no sentido de que o Irão tome medidas urgentes para proteger e controlar o protesto que resultou na invasão da embaixada britânica em Teerão e também da antiga residência oficial britânica.
O aviso britânico foi também dirigido a todos os cidadãos do Reino Unido, que estejam na capital iraniana, para que permaneçam nas suas casas, mantenham a discrição e aguardem novas instruções.
Durante o dia, nas palavras de ordem estes cerca de 50 jovens iranianos gritavam "morte ao Reino Unido", um protesto que surge depois de Londres ter reforçado as sanções contra o Irão, em causa está o programa nuclear.