UE condena aumento da violência no Sudão e admite sanções para por fim ao conflito
A União Europeia quer "negociar sem demora um cessar-fogo duradouro para garantir a proteção do povo do Sudão", onde pelo menos 1173 civis já morreram.
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A União Europeia (UE) condenou esta quarta-feira o recrudescer dos combates no Sudão e ataques em larga escala contra civis, e disse que admite adotar sanções como meio para pôr termo ao conflito e incentivar a paz.
"A UE está pronta a ponderar a utilização de todos os meios à sua disposição, incluindo medidas restritivas, para contribuir para pôr termo ao conflito e incentivar a paz", refere em comunicado, condenando a contínua recusa das partes em conflito, desde 15 de abril, em procurar uma solução pacífica.
A urgência de "negociar sem demora um cessar-fogo duradouro para garantir a proteção do povo do Sudão" é destacada na nota, em que se pede que, independentemente do cessar-fogo, os intervenientes permitam e facilitem a prestação de ajuda humanitária.
A fim de "interromper o ciclo de impunidade, os responsáveis pelas atrocidades devem ser identificados e responsabilizados", defende a União Europeia, que apoia a recolha de provas sobre violações graves dos direitos humanos.
Bruxelas diz-se particularmente preocupada com os relatos de "ataques em larga escala contra civis e zonas civis, nomeadamente com base na etnia, em especial no Darfur, com relatos horríveis de violência sexual e baseada no género generalizada, assassínios seletivos".
Altos funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciaram esta quarta-feira o aumento da violência, incluindo sexual, contra mulheres e raparigas no Sudão, onde os combates pelo poder entre dois rivais duram há quase três meses.
A UE manifesta ainda "profunda preocupação com a rápida deterioração da situação humanitária" e promete manter o apoio ao povo do Sudão, "especialmente as mulheres e os jovens que lideraram uma revolução pacífica há quatro anos", lembrando os 256,4 milhões de euros afetados em 2023 para a ajuda humanitária e ao desenvolvimento do país.
O número exato de vítimas dos combates, entre as milícias das Forças de Intervenção Rápida (RSF, na sigla em inglês) e o exército sudanês, não é possível de contabilizar com exatidão, devido à situação de insegurança, mas pelo menos 1173 civis foram mortos e 11.704 feridos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), citando o Ministério da Saúde sudanês, em meados de junho.