UE deve "comprometer-se com reformas ambiciosas", diz comissária europeia do Emprego
Marianne Thyssen defende que Portugal tem de intensificar as reformas no mercado de trabalho, para diminuir o desemprego e fazer crescer a economia. A Comissão Europeia está disposta a ajudar.
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"Não há espaço para complacência. Todos os estados-membros devem comprometer-se com reformas ambiciosas, se queremos recuperar e prosperar novamente. A Comissão Europeia está aqui para ajudar Portugal a implementar as nossas recomendações", garante a comissária responsável pela pasta do Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral.
Esta foi uma das ideias transmitidas por Marianne Thyssen, que marcou presença na Assembleia da República, onde esteve reunida com as Comissões dos Assuntos Europeus e da Segurança Social e do Trabalho.
No encontro, a comissária europeia sublinhou a necessidade de fazer crescer a economia e de aumentar os números do emprego, manifestando-se preocupada com os números atuais: "23,5 milhões de desempregados na União Europeia, metade dos quais de longa duração e um quinto dos jovens em situação de desemprego".
Números que, entende Marianne Thyssen, devem impulsionar uma ação concreta de cada estado-membro, mas também por parte da Comissão Europeia: "Em vez de fazermos novos documentos, comunicações e um monte de palavras, tentamos ter ação".
Os próximos tempos, diz, devem passar intensificar as reformas no mercado de trabalho. Marianne Thyssen defende trabalhadores mais flexíveis, mas também mais protegidos pela legislação: "Se pedimos reformas estruturais,pedimos mais flexibilidade no mercado laboral. No futuro, as pessoas terão de ser mais flexíveis, mas não podemos pedir-lhes apenas isso."
"Queremos que as pessoas percebam que a Comissão Europeia também está aqui para protegê-las. Queremos definir uma espécie de base social mínima de direitos que protejam as pessoas", acrescenta a comissária.
Marianne Thyssen considera ainda que, para aumentar as oportunidades de emprego, os trabalhadores têm de adquirir novas competências: " O que o mercado de trabalho precisa é de técnicos muito qualificados. E não temos pessoas suficientes que estejam no ensino profissional e vocacional. Nós queremos melhorar esta questão porque, no futuro, 45 a 48 por cento das pessoas necessárias no mercado de trabalho precisam deste tipo de competências".
Esta sexta-feira, a comissária europeia do Emprego e Assuntos Sociais reúne-se ainda com os parceiros sociais.