Josep Borrell espera missão europeia com "urgência" em Moçambique. Portugal contribui com 50% dos militares.
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O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell apelou hoje aos governos da União europeia para contribuírem na missão de formação militar em Moçambique, esperando que possam avançar para o terreno "antes" do fim do ano.
"Se não formos capazes de enviar essa missão até ao final do ano, não será um bom resultado, espero que o façamos antes", afirmou Borrell, elogiando "o forte contributo" de Portugal, que está disposto a preencher metade do número de efetivos da "força" europeia.
"Há vontade política", notou o chefe de diplomacia, vincando que "com o forte contributo de Portugal, espera que os outros Estados-Membros sejam capazes de complementar o conjunto da força militar".
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A falar no final da reunião dos ministros da Defesa da União Europeia, que decorreu hoje em Bruxelas, o ministro João Gomes Cravinho afirmou-se confiante de que haverá países suficientes para organizar a missão, uma vez que "diversos" governos "manifestaram a sua disponibilidade para apoiar com forças militares".
"Do nosso lado assumimos esse compromisso, dependerá, claro, da disponibilidade de outros países, mas do nosso lado poderemos ir até 50% da missão da União Europeia, com militares portugueses", afirmou o ministro.
Sem revelar que governos anunciaram a sua vontade de "contribuir", João Gomes Cravinho diz ter ficado "confortado por saber que há claramente [países] suficientes para estarmos confiantes quanto à possibilidade de montar uma missão da União Europeia".
No início da conferência de imprensa, Josep Borrell disse ter "dado instruções aos serviços para acelerar o trabalho", para colocar a missão no terreno, em resposta "ao pedido de Moçambique".
O chefe da diplomacia quer que os trabalhos avancem "com um certo sentido de urgência (...) nem sempre" existente, reconheceu, embora "Moçambique seja uma nova questão que aparece cada vez mais na agenda" da UE.
"Atualizei os ministros sobre a nossa resposta ao pedido de Moçambique de assistência da UE para ajudar a fazer face à situação de segurança e ameaça territorial que enfrentam em Cabo Delgado", relatou no final da reunião, em que se debateu a "missão de formação da UE semelhante àquelas que já há em vários países africanos".
Moçambique tem sido alvo de ataques de grupos armados, que desde 2017, já provocaram mais de 2500 mortes.