A União Europeia enfrenta a «pior e mais profunda crise da sua história», quando o mundo precisa de «mais Europa», disse hoje o primeiro-ministro de Itália, na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
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Falando no debate anual da ONU, mario Monti atribuiu os «sérios sinais de tensão» nos mercados financeiros em 2011 sobretudo a «uma deterioração das finanças públicas», defendendo as medidas do bloco europeu para fortalecer a governação e integração orçamental, a nível nacional e comunitário.
«O que estamos a viver não é um desequilíbrio cíclico recorrente: é a mais profunda e pior crise na história da União Europeia», adiantou.
Monti recordou que o projeto europeu já foi ameaçado por outras crises, cuja resolução levou os europeus a «entenderem quão interligados de perto são os seus interesses e como são interdependentes as suas economias».
«Hoje, o mundo aprendeu como uma Europa viável é essencial para lidar com os desafios de segurança económicos globais e quão importante a Zona Euro é para a retoma da economia global. É claro que mais Europa é do interesse geral», adiantou.
A Itália, acrescentou o chefe do governo italiano, vai continuar a fortalecer a sua sustentabilidade fiscal e estimular o crescimento económico.
Antes, o presidente do Conselho da União Europeia, Herman van Rompuy, apelou na Assembleia-Geral da ONU ao reanimar do ímpeto na busca de soluções para a crise, que foi sentido em 2008 e entretanto «parece ter-se desvanecido».
O crescimento global depende de reformas estruturais em todos os países e da redução de desequilíbrios macroeconómicos e a Europa «está a fazer a sua parte, sem poupar esforços, para ultrapassar as atuais dificuldades na Zona Euro», com medidas de reforço da competitividade ou de construção de uma união bancária.
«Estamos hoje a ver os primeiros resultados desse esforço coletivo. Embora ainda haja algum caminho a percorrer, estou confiante de que estes esforços terão sucesso», defendeu o presidente do Conselho Europeu.