Juncker sublinha que uma saída sem acordo será sempre uma "decisão britânica".
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O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reiterou esta terça-feira que a União Europeia (UE) está "totalmente preparada" para uma saída do Reino Unido sem acordo, no âmbito do 'Brexit', e frisou que esta será sempre uma "decisão britânica".
Em causa está a chamada telefónica realizada esta tarde entre o líder do executivo comunitário e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, naquele que foi o segundo telefonema entre os dois responsáveis desde que o conservador britânico assumiu o cargo, no final de julho.
Dando conta do conteúdo da chamada - que serviu para analisar os últimos desenvolvimentos do 'Brexit' e a reunião do G7 do passado fim de semana -, a porta-voz da Comissão Europeia Mina Andreeva informou, através da sua conta oficial do Twitter, que "Juncker reiterou [a Johnson] que, apesar de a UE estar totalmente preparada para um cenário de não acordo, fará tudo para o evitar".
"Um cenário de 'no deal' será sempre uma decisão só do Reino Unido, nunca da UE", frisou Mina Andreeva, falando em nome do executivo comunitário.
Já sobre o mecanismo de salvaguarda para as 'Irlandas' ('backstop'), "Juncker sublinhou que o apoio da UE a 27 à Irlanda mantém-se firme", relatou a porta-voz.
"E a UE vai continuar a zelar pelos interesses da Irlanda", vincou.
O 'backstop' prevê que a província britânica, e todo o Reino Unido, fique alinhado com as regras do mercado comum até ser assinado um acordo de comércio livre entre o Reino Unido e a UE.
O 'backstop' foi a principal razão pela qual a Câmara dos Comuns chumbou, por três vezes, o acordo de saída do Reino Unido negociado pela ex-primeira-ministra Theresa May e os 27.
Johnson, que assumiu o cargo de primeiro-ministro a 26 de julho, prometeu sair da UE na data prevista, 31 de outubro, com ou sem acordo.
Na chamada, Jean-Claude Juncker manifestou ainda a Boris Johnson a disponibilidade da UE em "trabalhar de forma construtiva" com o Reino Unido e para analisar "propostas concretas" do lado britânico, desde que sejam compatíveis com o acordo de saída, adiantou Mina Andreeva na publicação.