UE fala em "semana crucial" para alcançar acordo de paz na Ucrânia, mas critica exclusão de europeus das negociações

A Alta-Representante da União Europeia, Kaja Kallas
Foto: Olivier Matthys/EPA
A alta representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança do bloco comunitário europeu reconhece que houve "discussões difíceis, mas produtivas" entre as autoridades ucranianas e dos EUA
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A alta representante para a Política de Segurança considerou esta segunda-feira que esta semana "pode ser crucial" para alcançar um acordo que acabe com o conflito na Ucrânia, mas criticou que a União Europeia (UE) esteja ausente das negociações.
"Esta semana pode ser crucial para a diplomacia", disse Kaja Kallas, à entrada para uma reunião ministerial em Bruxelas, capital da Bélgica e sede das principais instituições da UE.
A alta representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança do bloco comunitário europeu reconheceu que houve "discussões difíceis, mas produtivas" entre as autoridades ucranianas e dos Estados Unidos da América (EUA), para alterar a proposta de plano de paz que incluía 28 pontos iniciais, nomeadamente a cedência à Rússia dos territórios ocupados.
"Ainda não sei os resultados [destas reuniões], mas vou conversar com os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia", comentou a ex-primeira-ministra da Estónia.
No entanto, Kaja Kallas criticou a exclusão da União Europeia de todo o processo.
"Os ucranianos estão lá sozinhos [nas reuniões com Washington], se estivessem connosco estariam numa posição mais forte", sustentou.
A alta representante para a diplomacia da UE também criticou que a proposta apresentada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, inclua um ponto sobre a redução para metade do número de militares que integram a Forças Armadas da Ucrânia.
"Se há uma pressão sobre as Forças Armadas da Ucrânia, que nunca invadiram ninguém, também devia haver uma sobre as da Rússia, basta olhar para os países todos que invadiu nos últimos 100 anos", completou, aludindo aos países conquistados pela então União Soviética, incluindo a Estónia, e depois da dissolução deste bloco.
