UE mais soberana, humana e com um novo modelo de crescimento. As propostas de Macron
França assume a presidência da União Europeia no primeiro semestre de 2022 e o presidente Emmanuel Macron aposta numa estratégia baseada em três ideias.
Corpo do artigo
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta quinta-feira que o país vai apostar no reforço das fronteiras externas, num novo modelo de gestão política do Espaço Schenghen e em alterações às regras orçamentais da zona euro.
São estas as três prioridades da presidência francesa da União Europeia, que decorre no primeiro semestre de 2022. Numa longa apresentação, em Paris, Emmanuel Macron, defende uma estratégia assente em três ideias: uma Europa mais soberana, mais humana, e com um novo modelo de crescimento.
"Diria que devemos passar de uma Europa de cooperação no interior das nossas fronteiras, para uma Europa poderosa no mundo, plenamente soberana, livre nas suas escolhas, e dona do seu destino. É este o objetivo", defendeu o chefe de Estado francês.
Macron promete seis meses de grande dinamismo e a primeira novidade está na segurança das fronteiras. O presidente francês quer criar para o espaço Schengen um modelo de gestão político, semelhante à moeda única.
"Devemos alcançar plenamente, uma Europa que consiga proteger as suas fronteiras, e enfrente a questão migratória, com uma organização politica que defenda os seus valores.
Por isso, vamos iniciar na nossa presidência, uma reforma do espaço Schengen, assente em dois pilares. O primeiro, é a a adoção de uma liderança política de Schengen, como já existe na zona euro. Temos uma organização política com reuniões regulares de ministros das finanças. Devemos ter uma organização e uma liderança política, com reuniões regulares dos ministros responsáveis por estas questões", sugeriu.
A caminho das presidenciais, que se realizam em abril, Macron diz que é tempo da Europa sair da crise e assumir um papel de liderança no mundo. Para isso, propõe um novo modelo de crescimento, a pensar em 2030. O presidente francês quer criar fileiras europeias estratégicas, em áreas como a saúde, a defesa, o hidrogénio, os semicondutores, a tecnologia da nuvem, o espaço, e as indústrias criativas. E para que tudo seja viável, devem ser mudadas as regras orçamentais.
"Este modelo de crescimento e de investimento dependerá de regras orçamentais e financeiras adaptadas, permitindo garantir o cabimento orçamental dos investimentos necessários para a transição climática e a transformação digital. Teremos por isso de começar a discutir um novo quadro orçamental e financeiro credível, simplificado, transparente, capaz de contribuir para uma Europa mais forte, mais justa e mais duradoura", disse.
Durante o semestre francês, está prevista a realização de uma cimeira entre a União Europeia e a União Africana, em Bruxelas. Macron, quer que dessa cimeira, saia uma espécie de New Deal, o pacto de prosperidade a pensar na juventude africana.
*com Guilherme de Sousa