O ministro da Fazenda do Brasil considerou que as medidas adoptadas pelo Banco Central Europeu (BCE) para tentar fazer frente à crise na Zona Euro permitem ver uma «luz ao fundo do túnel».
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«É um longo túnel, é uma luzinha, mas é importante», declarou Guido Mantega, citado pela imprensa nacional.
O ministro brasileiro ressaltou ainda que faltava até ao momento uma maior actuação por parte da instituição financeira europeia e que esta medida não pode significar o fim do seu papel no combate à crise.
Entre as medidas que ainda deveriam ser tomadas pelo BCE e pela Comissão Europeia, o ministro apontou a compra de bónus emitidos por países europeus e a criação de um Fundo Fiscal Europeu.
Mantega considerou que a discussão de políticas fiscais conjuntas para todos os países do euro «não é fácil», mas que um esforço neste sentido poderia significar um «avanço considerável».
O ministro voltou a dizer que o Brasil está disposto a ajudar a União Europeia via Fundo Monetário Internacional (FMI), mas que para tal é preciso que os próprios países europeus «compareçam» primeiro.
Esta quinta-feira, o presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou a descida da taxa de juro de referência da Zona Euro para um por cento, perante a ameaça de recessão. Este foi o segundo corte consecutivo da taxa directora, que agora está no mínimo histórico.
Mario Draghi anunciou ainda duas novas operações de injecção de liquidez em euros, com um prazo de 36 meses, para facilitar o crédito às famílias e empresas.
Na conferência de imprensa em que anunciou a descida da taxa de juro, o presidente do BCE rejeitou a possibilidade de a instituição vir a ter um envolvimento maior na crise das dívidas soberanas da Zona Euro.