A União Europeia saudou o acordo alcançado entre o Governo moçambicano e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) relativamente às questões de segurança, divulgou hoje a delegação do bloco europeu em Maputo.
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«A União Europeia expressa o desejo que este acordo ponha um ponto final ao período de insegurança em Moçambique, que resultou em perdas de vidas humanas e grande sofrimento», refere-se num comunicado.
De acordo com a nota, «só uma implementação efetiva e atempada deste acordo pode pôr fim à violência, e desta forma consolidar uma paz duradoura através da reconciliação nacional».
A UE apelou a ambas as partes para se empenharem «plenamente neste processo, tornando este acordo um passo irrevogável no caminho da consolidação da paz e da estabilidade em Moçambique e do fim definitivo da violência como estratégia política».
«Isso apenas será possível com uma sociedade abrangente em termos políticos e económicos», indicou o comunicado.
O bloco europeu sublinhou que este acordo contribuirá para a organização de eleições «credíveis, transparentes e pacíficas».
A União Europeia adiantou, no documento, que está a preparar o destacamento de uma missão de observação eleitoral e «vai continuar a apoiar todos os esforços destinados a assegurar a máxima transparência no processo eleitoral».
O Governo moçambicano e a Renamo, principal partido de oposição, assinaram no domingo em Maputo, ao fim de mais de um ano de negociações, um cessar-fogo e a base de entendimento para o fim das hostilidades no país.
A Renamo e o governo moçambicano já tinham assinado, a 11 de agosto, o consenso em relação ao desarmamento do partido de oposição, mas subsistiam dúvidas sobre a validade dos documentos sem as assinaturas do Presidente da República e do líder da oposição.
No último ano e meio, os confrontos entre exército e o braço armado da oposição provocaram um número indeterminado de mortos e feridos na região da Gorongosa, província de Sofala, bem como nas emboscadas da Renamo a colunas de veículos escoltadas pelos militares num troço de cem quilómetros da única estrada que liga o sul e o centro do país.
O Governo moçambicano anunciou no domingo que o cessar-fogo alcançado pelo executivo e Renamo será visado numa cerimónia pública nos próximos dias pelo Presidente da República, Armando Guebuza, e pelo líder do principal partido de oposição, Afonso Dhlakama.
Moçambique tem previstas eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) para 15 de outubro.