Depois de terem sido acrescentados 12 nomes à lista de pessoas alvo de sanções, o presidente do Conselho Europeu anunciou a suspensão das relações a nível político com a Rússia.
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«Estamos a cancelar a próxima cimeira com a Rússia e os Estados-membros vão também cancelar os seus encontros bilaterais», anunciou ontem Herman Van Rompuy.
O presidente do Conselho Europeu garante que a União Europeia UE) vai tomar mais medidas e, caso seja necessário, avançar com sanções mais duras, ameaçando Moscovo com sanções económicas em larga escala.
«Deixámos claro que qualquer fracasso para conter a crise de forma pacífica e qualquer passo da Rússia para desestabilizar a Ucrânia vai ter largas consequências. E, com isto, refiro-me a consequências de larga escala na área económica. Vamos pedir à Comissão e aos Estados-membros para preparar eventuais medidas concretas», afirmou.
Van Rompuy justificou as decisões com uma ideia que resume o pensamento europeu: «não há espaço para o uso da força, nem ações coercivas para alterar fronteiras, no continente europeu, no século XXI».
O presidente do Conselho Europeu esclareceu ainda que o anúncio de sanções não é uma medida de retaliação, mas um mecanismo de política externa com o objetivo de alcançar estabilidade na Ucrânia, mantendo aberta a porta do diálogo com Moscovo.
Van Rompuy lembrou ainda que na sexta-feira de manhã serão assinadas as provisões políticas para o acordo de associação UE-Ucrânia, reiterando o apoio da União às novas autoridades de Kiev.
«Isto vai ajudar o país no seu caminho de reformas, dando aos ucranianos uma perspectiva de um estilo de vida europeu que eles merecem», acrescentou.
Entretanto, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que as possíveis sanções económicas que os 28 Estados-membros da União Europeia pediram à Comissão que estudasse serão aplicadas se a Rússia «for além da Crimeia».