UE tenta "abordagem construtiva" sobre questões pendentes para acordo com Mercosul
A Comissão Europeia adianta que tudo "está em conformidade com o compromisso assumido a nível presidencial de concluir as negociações antes do final do ano".
Corpo do artigo
A União Europeia (UE) está a tentar uma "abordagem construtiva" com os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul), através de uma "agenda intensa" de reuniões, para resolver "questões pendentes" visando um acordo comercial até final do ano.
A posição foi transmitida à agência Lusa por fonte oficial da Comissão Europeia - instituição que negoceia a política comercial da UE -, no dia em que negociadores de ambos os lados do Atlântico se reúnem em Brasília.
De acordo com o porta-voz do executivo comunitário para o Comércio, Olof Gill, "o principal ponto da ordem de trabalhos para discussão na reunião dos negociadores principais, que se realiza esta terça-feira e amanhã [quarta-feira] em Brasília, é a resposta do Mercosul ao documento de adenda da UE sobre sustentabilidade".
Questionado pela Lusa sobre um ponto de situação relativamente ao decorrer dos trabalhos, Olof Gil indicou que "ambas as partes estão a trabalhar numa abordagem construtiva, refletindo sobre as questões pendentes, e acordaram numa agenda intensa de reuniões nas próximas semanas para garantir uma conclusão rápida".
"Tal está em conformidade com o compromisso assumido a nível presidencial de concluir as negociações antes do final do ano", adiantou o responsável.
Representantes da UE e do Mercosul vão reunir-se, esta terça-feira e quarta-feira, em Brasília, para prosseguirem com as negociações do acordo comercial entre os dois blocos.
UE e Mercosul têm mantido um contacto regular, no sentido de conseguirem concluir as negociações sobre o anexo ao acordo, relativo a compromissos ambientais.
Em meados deste mês, negociadores deste acordo comercial voltaram a reunir-se por via digital para o discutir, quando o Mercosul respondeu à UE manifestando "maior empenho" para concluir o protocolo até final do ano.
Os negociadores da UE e do Mercosul estão então a ultimar as discussões para concluir este acordo comercial, que teve aval há cinco anos, mas que tem vindo a ser contestado dentro do bloco comunitário por razões concorrenciais e ambientais.
O Brasil detém de momento a presidência rotativo do Mercosul.
O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
Dentro da UE, países como França e Áustria contestam o acordo da UE-Mercosul por razões comerciais e ambientais.