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Aos 39 anos, Emmanuel Macron tornou-se o mais novo presidente empossado em França. Um ano depois, que balanço?
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Macron tem dado sinais de que pretende passar à história como "o grande reformador", mas ainda é cedo para merecer o epíteto. Ricardo Alexandre, editor de Internacional da TSF, faz um balanço positivo do mandato de Macron, mas com algumas ressalvas.
No contexto de política externa, Macron recolhe o apoio da maior parte dos franceses, no entanto, à sombra da chanceler alemã Angela Merkel, Macron não conseguiu ainda afirmar-se como o novo rosto da política europeia.
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Já internamente, a oposição é maior. "Macron foi eleito ao Centro, mas está a governar à Direita", explica Ricardo Alexandre, que aponta como exemplos a reestruturação da lei laboral e a reestruturação dos caminhos-de-ferro.
O jornal francês Le Monde publicou no fim de semana uma sondagem que mostrava que a maioria do eleitorado francês tem uma apreciação negativa do presidente (39% fazem um balanço negativo e 16% muito negativo).
"Os franceses queixam-se muito do excesso de medidas, dizem que são tomadas de forma autoritária, sem tempo para a negociação. Tendo em conta o peso dos sindicatos em França, isso pode ser um problema para Emmanuel Macron", considera o editor de Assuntos Internacionais da TSF.
Apesar disso, Macron consegue melhores resultados que François Hollande e Nicolas Sarkozy. "Com um ano de mandato, só Jacques Chirac é melhor". Para além disso, o presidente francês não tem oposição. Só 14% dos inquiridos considera que Le Pen ou Mélenchon fariam melhor.
Um ano depois de ter sido empossado, ainda falta perceber qual é a verdadeira natureza de Macron. "Chamam-lhe o acrobata", lembra Ricardo Alexandre.