Vizinhos denunciam casal que deixa o rottweiler ao sol, sem comida nem bebida e acorrentado. A polícia do meio ambiente foi ao local e quase prendeu... os vizinhos.
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A pequenina cidade de Baependi, no interior do estado de Minas Gerais, não tem delegacia da polícia. Mas como o caso era grave, uma brigada de agentes da polícia do meio ambiente de São Lourenço, cidade a 33 quilómetros, partiu para o local imediatamente após a denúncia.
Segundo vizinhos, uma família maltrata o seu cão, de raça rottweiler, de forma vil. Não só deixou o cachorro por mais de uma semana exposto ao sol inclemente daquela região mineira, como nunca foi visto a dar-lhe comida, nem sequer bebida e ainda o mantém sempre amarrado a uma corrente.
A polícia do meio ambiente de São Lourenço existe mesmo para estes casos - e toca de ir à fazenda em causa, salvar o cão, interrogar os seus donos e, se preciso fosse, levá-los para a delegacia para responder por maus tratos a animais.
Os vizinhos que fizeram a denúncia, no entanto, assistiram desiludidos à debandada dos polícias, sem levar consigo nem o cão, resgatado, nem o insensível casal dono da propriedade, algemado.
Ao confrontar os agentes com o suposto descaso policial quase foram eles, os denunciantes, levados para a cadeia: afinal, o rottweiler não comia, não bebia e não saia do lugar mesmo sob sol abrasador porque era de plástico.
Os donos usavam-no para assustar eventuais ladrões. Com os ladrões, o expediente resulta. Com vizinhos coscuvilheiros, pelos vistos, não.
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.